Criminosos Cibernéticos Visam o Sector Marítimo

EQUIPA DA ADF

No final de 2023, os criminosos cibernéticos atacaram uma companhia de navegação ou uma entidade marítima uma vez em cada três dias. Este número está a aumentar e exige uma vigilância acrescida por parte dos profissionais de segurança africanos, dizem os especialistas. 

Entre os que fazem soar o alarme estão os líderes do Centro Regional de Fusão de Informação Marítima de Antananarivo, Madagáscar, que transmite alertas de ameaças marítimas na região da África Oriental e Austral e do Oceano Índico (ESA-IO).

“O crime cibernético é uma ameaça emergente à segurança marítima que está a começar a ganhar terreno e, na região da ESA-IO, está a aproximar-se de nós,” disse o Tenente Saïd Lavani, oficial de ligação internacional das Comores no centro. 

A tecnologia operacional marítima e a gestão das operações da frota são quase inteiramente digitais, o que significa que os ataques cibernéticos podem comprometer uma grande variedade de sistemas, incluindo as comunicações dos navios, a gestão da carga e da água de lastro e a monitorização e controlo dos motores.

O custo médio destes ataques aumentou 200% a nível mundial em 18 meses, para mais de 550.000 dólares por incidente.

Os sistemas de navegação e de comunicação de longo alcance também estão em risco. As empresas de transporte marítimo utilizam cada vez mais as comunicações avançadas por satélite, como as redes de órbita terrestre baixa, para melhorar a conectividade, mas também expõem vulnerabilidades de backdoor aos criminosos online, de acordo com um relatório da sociedade de advogados Holman Fenwick Willan e da empresa de segurança cibernética marítima CyberOwl.

Alguns dos territórios costeiros e insulares do continente estão a tomar medidas para combater as ameaças cibernéticas. O Observatório de Segurança Cibernética do Oceano Índico, na Ilha Reunião, lançou uma campanha de sensibilização no final de Outubro de 2023. O observatório visa criar uma comunidade nos domínios da protecção de dados e sensibilizar para as questões da segurança cibernética marítima.

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