Analistas Receiam Que A Retirada Das Forças Possa Prejudicar A Segurança

EQUIPA da ADF

Um relatório do Instituto de Estudos de Segurança alerta para o facto de a retirada das missões de manutenção da paz em África poder criar uma lacuna significativa em termos de segurança, conduzindo a mais violência e a um agravamento das condições humanitárias. 

O relatório, publicado em Outubro de 2023, refere que, desde o início da retirada da Missão Multidimensional Integrada de Estabilização das Nações Unidas no Mali, em Julho de 2023, a insegurança aumentou. “O conflito entre os militantes e o exército nacional reacendeu-se e os ataques dos militantes aumentaram,” refere o relatório. “A frágil situação de segurança do Mali pode voltar aos níveis de 2012, quando os jihadistas tentaram apoderar-se de várias cidades importantes, incluindo Tombuctu.” 

Durante mais de 60 anos, foram enviadas missões de manutenção da paz para toda a África. O relatório refere que mais de 13 missões lideradas pela ONU e cerca de 27 missões de apoio à paz lideradas por África gastaram milhares de milhões de dólares por ano e custaram a vida a milhares de soldados da paz.  

Nos últimos anos, as missões da ONU no Mali, na República Democrática do Congo e na Somália foram alvo de fortes críticas por serem consideradas ineficazes. Nos três países, segundo o relatório, os pedidos de retirada foram motivados por “pressões políticas locais e internacionais, expectativas internas não satisfeitas de melhoria da segurança e cansaço do financiamento dos doadores.” 

O relatório adverte que África deve preparar-se para preencher o “inevitável vazio de segurança” quando as forças de manutenção da paz deixarem de estar presentes. O documento afirma que, na ausência de forças de manutenção da paz da ONU, as nações africanas devem considerar abordagens regionais e continentais à segurança. Além disso, são necessárias “discussões francas e abertas” entre a ONU e a União Africana para colmatar o défice de segurança.  

O relatório concluiu que o diálogo entre as duas organizações “deve ir além do financiamento de missões de paz e incluir a revisão da abordagem militarmente pesada da manutenção da paz.”

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