Numa demonstração simbolicamente importante, o Departamento de Investigação Criminal da Líbia destruiu 2 toneladas de munições, explosivos e outros vestígios de guerra recolhidos na área de Al-Heera.
A medida faz parte de um esforço para restaurar a segurança no país após anos de conflito. Combatentes, incluindo mercenários do famoso Grupo Wagner da Rússia, colocaram minas terrestres e dispositivos explosivos improvisados em áreas civis que ocupavam.
Entre 2020 e 2025, este tipo de explosivos matou pelo menos 125 pessoas e feriu mais de 300 na Líbia. “Cada incidente tem um peso humano e psicológico imenso,” disse Fatma Zourrig, chefe do Programa de Acção contra Minas da Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia.
Em 2024, 8.300 resíduos explosivos de guerra foram eliminados no país. Os residentes têm regressado lentamente às suas residências em áreas minadas, como os bairros ao sul de Trípoli, que tinham sido ocupados pelas forças do Grupo Wagner. No entanto, ainda há muito trabalho a ser feito para remover as armas. Um relatório de 2023 da Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia constatou que 15 milhões de metros quadrados de terra ainda continham engenhos explosivos.
“O uso indiscriminado de armas em áreas civis durante os recentes conflitos significa que mesmo as áreas urbanas estão repletas de resíduos explosivos de guerra,” afirmou a ONU.
“Estes resquícios do conflito impedem o acesso seguro à educação, aos cuidados de saúde e ao desenvolvimento, e continuam a ferir ou matar muito tempo depois do fim dos combates, representando uma ameaça diária à vida e aos meios de subsistência.”
