O Botswana lançou o seu primeiro satélite, o BOTSAT-1, numa iniciativa liderada por 80 voluntários da Universidade Internacional de Ciência e Tecnologia do Botswana. Apesar de o Botswana não ter uma agência espacial nem uma política espacial nacional, o lançamento constitui um modelo para os países em desenvolvimento que pretendem marcar presença no espaço, segundo noticiou a Space in Africa.
Desenvolvido ao longo de quatro anos, o BOTSAT-1 foi lançado em órbita pelo foguete Falcon 9 da Space X em Março de 2025 e está a orbitar a Terra a uma altitude de cerca de 500 quilómetros. Ele varre o Botswana com uma área de observação de cerca de 32 quilómetros, oferecendo dados valiosos para a conservação ambiental, segurança alimentar e planeamento urbano.
“Em vez de comprar dados de satélite de fornecedores externos, a equipa do Botswana tomou a iniciativa de desenvolver o seu próprio satélite,” informou a Space in Africa. “Esta decisão não só proporcionaria as capacidades de observação da Terra necessárias, como também promoveria os objectivos de desenvolvimento das capacidades humanas do país.”
O Dr. Dimane Mpoeleng, líder do projecto da missão BOTSAT-1, disse que o esforço do satélite faz parte de um impulso nacional para iniciar um programa espacial.
“O governo agora priorizou a criação de uma agência espacial, que será fundamental para a implementação das missões BOTSAT subsequentes,” Mpoeleng disse à Space in Africa.
A equipa já está a trabalhar no BOTSAT-2 e está a estabelecer parcerias com escolas para inspirar as crianças a estudar ciências espaciais. A primeira mensagem a ser partilhada pelo BOTSAT-1 foi o hino nacional do país em Setswana, a língua nacional do Botswana.
“O lançamento bem-sucedido do BOTSAT-1 é o primeiro passo na estratégia espacial mais ampla do Botswana, que visa expandir as capacidades do satélite do país para pesquisa científica, sustentabilidade ambiental e transformação digital,” informou a Dragonfly Aerospace. “Isso também abre um precedente para futuras missões espaciais lideradas por África, demonstrando o poder das parcerias estratégicas na promoção da inovação.”