Numa altura em que o Gana se preparava para as eleições presidenciais, o Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Tenente-General Thomas Oppong-Peprah, alertou para as campanhas de desinformação e propaganda destinadas a semear divisão no país.
No seu discurso de abertura do Mês da Consciencialização Cibernética, em Outubro de 2024, sublinhou “a necessidade de reforçar a capacidade dos cidadãos para detectar e prevenir a proliferação de ameaças cibernéticas.” Prometeu também que as Forças Armadas do Gana (FAG) desempenhariam um papel de apoio para manter o país seguro à medida que as eleições de Dezembro de 2024 se aproximavam. “As Forças Armadas do Gana estão prontas a apoiar as autoridades civis e outras agências de segurança para garantir que o Gana continue a ser um farol de democracia em África,” afirmou Oppong-Peprah.
Como parte do mês de sensibilização, o GAF colaborou com a Autoridade de Cibersegurança e o Ministério da Comunicação e Digitalização para produzir um documento de estratégia e política nacional de segurança cibernética.
A Ministra das Comunicações e da Digitalização do Gana, Ursula Owusu-Ekuful, afirmou que o país está a combater o aumento de vídeos “deepfake,” de canais do YouTube que espalham desinformação e de mensagens encriptadas nocivas partilhadas no Telegram com o objectivo de afectar as eleições. Disse que “70% da desinformação online é difundida por apenas 10% das contas das redes sociais.”
Owusu-Ekuful exortou a Autoridade Nacional de Comunicações, os Serviços de Polícia do Gana e a Procuradoria-Geral da República a processar os casos de desinformação ao abrigo da Lei das Comunicações Electrónicas e do Código Penal do país.
O Dr. Albert Antwi-Boasiako, director-geral da Autoridade de Segurança Cibernética do Gana, afirmou que, acima de tudo, a protecção da democracia exige que o público se eduque para evitar ser enganado.
“Temos de nos empenhar activamente na melhoria da nossa literacia digital e na promoção de hábitos saudáveis na internet, à medida que navegamos através das miríades de informações para tomar decisões eleitorais,” afirmou. “Cada cidadão, independentemente da sua orientação política, deve ser educado para reconhecer informações falsas e maliciosas.”
Antwi-Boasiako exortou os cidadãos a utilizarem ferramentas de verificação de factos para verificar as informações que encontram na internet e incentivou as empresas a investirem na segurança cibernética e a formarem os seus funcionários em matéria de protecção de dados. Segundo ele, apenas cerca de 35% a 40% dos ganeses têm conhecimentos básicos sobre o espaço cibernético.
“A sensibilização é o melhor mecanismo para prevenir [o crime cibernético],” disse aos jornalistas após o evento de Outubro. “Está a aumentar, mas penso que há mais trabalho a fazer.”