O Quénia anunciou planos para construir uma central nuclear em Kilifi, na costa, cuja construção terá início em 2027 e cuja entrada em funcionamento está prevista para 2034. A África do Sul é o único país africano que produz energia a partir de fontes nucleares. O Egipto e o Gana também têm planos para construir centrais nucleares.
“A realização do sonho nuclear colocará o Quénia entre os pioneiros em África na produção deste tipo de energia,” Justus Wabuyabo, Director-Executivo da Agência de Energia Nuclear e Energias do Quénia, escreveu para o Business Daily. “O projecto oferece ao Quénia uma rara oportunidade não só de satisfazer as suas necessidades de electricidade, mas também de exportar os excedentes para os países vizinhos, gerando assim receitas adicionais.”
A capacidade inicial da central está projectada em 1.000 megawatts, ou seja, o suficiente para abastecer centenas de milhares de casas.
O Quénia tornou-se líder na utilização de energias renováveis com baixo teor de carbono, sendo as fontes geotérmica, hidroeléctrica, eólica e solar responsáveis por 85% a 90% da sua produção de energia. Com uma procura em rápido crescimento, o país está à procura de novas fontes de energia com baixas emissões.
“Nas circunstâncias actuais, a energia nuclear está a emergir como uma solução convincente para as necessidades energéticas, visto que oferece uma alternativa limpa, fiável e com baixo teor de carbono aos combustíveis fósseis,” Soipan Tuya, Secretário de Estado do Ambiente, das Alterações Climáticas e das Florestas do Quénia, disse em 2023. “No Quénia, até 2040, a procura de electricidade esgotará a actual capacidade de produção, o que justifica a adopção urgente da energia nuclear.”
Para apoiar este esforço, o Quénia acolherá a segunda Cimeira EUA-África sobre Energia Nuclear. A cimeira foi concebida para apoiar o intercâmbio de ideias entre peritos africanos e norte-americanos sobre temas como a formação da mão-de-obra nuclear, medidas de segurança e financiamento da construção de centrais. Os oradores incluem o director do Laboratório Nacional de Oak Ridge, o comissário da Comissão Reguladora Nuclear dos EUA e um representante do Departamento de Energia dos EUA.
“Este fórum representa uma oportunidade única para o Quénia articular a sua visão da energia nuclear e estabelecer laços mais fortes com os nossos homólogos americanos,” afirmou Wabuyabo.