Happy Delight Abajongawo foi a primeira da sua família a juntar-se às Forças Armadas do Gana quando se alistou na Marinha há 15 anos. Ela gostaria de ver mais mulheres seguirem o seu exemplo.
“Precisamos de mais mulheres nas forças armadas,” a Suboficial Abajongawo, que é escriturária, disse à ADF. “Devemos encorajar as mulheres a alistarem-se, porque é melhor estar no exército do que estar em casa sem trabalhar. No exército, estamos a cuidar de nós próprias e a ter mais oportunidades.”
O Gana recrutou a sua primeira mulher em 1958. Desde então, mulheres como Abajongawo continuam a vestir o uniforme do seu país em número crescente.
O exército de 16.000 pessoas é composto por cerca de 15% de mulheres. Este número é significativamente mais elevado do que o objectivo das Nações Unidas de 9% de participação feminina nas operações de manutenção da paz, mas ainda está aquém do objectivo do próprio exército ganês de ter 25% de recrutas do sexo feminino até 2028 e, eventualmente, atingir um rácio que reflicta a divisão quase uniforme dos géneros no país.
“Recrutar mais mulheres é garantir que as forças armadas reflictam a sociedade,” o Contra-Almirante Issah Yakubu, chefe do Estado-Maior da Marinha do Gana, disse à ADF. “Ambos os géneros trazem diferentes perspectivas para o sistema. Queremos dar oportunidades iguais a todos os ganeses.”
O papel das mulheres esteve no centro das atenções das Forças Armadas do Gana quando o Presidente Nana Akufo-Addo discursou na Cimeira das Forças Marítimas Africanas e no Simpósio de Liderança da Infantaria Naval de África, em Acra. A guarda de honra do presidente era composta maioritariamente por mulheres.
Os recrutadores estão particularmente empenhados em aumentar o número de mulheres alistadas nas unidades de combate das forças armadas, onde têm estado menos representadas.
As mulheres recrutadas desempenham sobretudo funções administrativas, médicas e logísticas, de acordo com a Capitã de Grupo Theodora Agornyo, conselheira para a política de género do chefe do Estado-Maior do Gana. Agornyo fez parte da equipa que falou aos alunos do ensino secundário sobre a adesão às forças armadas.
“Em situações de conflito e pós-conflito, quando estão a ser encontradas soluções, as mulheres precisam de ter uma voz,” Agornyo disse à GTV Ghana.
O aumento do papel das mulheres nas unidades de combate aumenta a sua presença nas missões de manutenção da paz, enquanto coloca mais mulheres no caminho para posições de liderança.
“Podemos e devemos fazer melhor, porque a igualdade para as mulheres é um progresso para todos,” a Comodoro Faustina Boakyewaa Anokye, a oficial feminina com a mais alta patente na história da Marinha do Gana, disse num evento da ONU. “Vamos abraçar a equidade e investir nas mulheres para um crescimento acelerado.”