EQUIPA DA ADF
Um novo sistema de vigilância dará ao Gana a imagem mais completa de sempre do seu domínio marítimo.
O sistema de monitorização do domínio marítimo inclui radares de longo alcance que permitirão à Marinha do Gana ver para além dos 370 quilómetros da zona económica exclusiva (ZEE) do país. Descrevendo-o como um “factor de mudança,” o Chefe do Estado-Maior da Marinha do Gana, o Contra-Almirante Issah Adam Yakubu anunciou o projecto durante uma conferência em Fevereiro de 2024 no Quartel-General da Marinha, em Burma Camp. Numa entrevista com a ADF durante a Cimeira das Forças Marítimas Africanas em Accra, Yakubu disse que o sistema marca uma grande actualização que permite à marinha seguir os maus actores que tentam esconder a sua localização.
“Actualmente, os sistemas que utilizamos são baseados na internet, sobretudo o AIS [sistema de identificação automática]. Os maus actores não transmitem o AIS. Ficam às escuras e as nossas capacidades de radar não vão até ao fim da nossa zona económica exclusiva,” disse.
Yakubu afirmou que o novo sistema é preferível a um sistema que se baseia em satélites. “Temos duas opções: satélite ou radar no horizonte,” disse. “O satélite, por causa dos custos de manutenção, por causa das assinaturas, optámos pelos radares no horizonte, que nos poderão levar até ao limite da nossa zona económica exclusiva.”
O Gana deve monitorizar 225.000 quilómetros quadrados de oceano.
O sistema, que deverá estar operacional em 2024, substituirá os actuais sistemas de informação sobre tráfego marítimo e gestão de navios patrocinados pela Autoridade Marítima do Gana. É semelhante ao sistema de vigilância Falcon Eye utilizado na Nigéria, de acordo com um relatório do Ghana Peace Journal (GPJ).
Yakubu disse que uma equipa da autoridade e líderes da Marinha do Gana viajaram para a Sérvia, onde participaram em testes de aceitação de fábrica para o novo equipamento.
O planeamento e a preparação necessários para adquirir o equipamento que permite a vigilância total do domínio marítimo da ZEE estão em curso há 10 anos, disse Yakubu.
“Finalmente, estamos prestes a atingir este objectivo essencial, que atravessa todas as estratégias que os nossos antecessores desenvolveram e com as quais trabalharam,” afirmou, segundo o GPJ.