Já não é necessário um exército ou mesmo armas tradicionais para atacar um país. Alguns dos ataques mais devastadores podem ser levados a cabo utilizando apenas um computador, um telemóvel ou outra tecnologia pronta a usar.
Muitas vezes designada por “guerra híbrida,” esta categoria combina ataques convencionais e não convencionais. Inclui ameaças como ataques cibernéticos, desinformação ou ataques a importantes infra-estruturas nacionais. Alguns ataques híbridos são óbvios, outros podem passar despercebidos durante anos.
Os criminosos consideram as tácticas híbridas como uma forma relativamente barata de causar um grande impacto. O objectivo é abalar a estabilidade do país visado.
A Rússia é um dos principais exportadores mundiais de guerra híbrida; nos últimos anos, utilizou esta estratégia para exercer controlo sobre os governos africanos. A sua estratégia híbrida visa influenciar as esferas política, de segurança, económica e social de um país. A Rússia envia mercenários com promessas de segurança, mas as suas tácticas pesadas acabam por desestabilizar o país. Obtém o controlo de recursos naturais valiosos e utiliza campanhas de desinformação para influenciar a opinião pública a seu favor. Tem prejudicado as eleições e apoiado golpes de Estado.
À medida que as ameaças se multiplicam, os países africanos procuram formas de se protegerem. Uma das áreas de incidência é o aumento da capacidade de segurança cibernética. O continente tem mais de 650 milhões de utilizadores da internet e apenas cerca de 7.000 profissionais com formação em segurança cibernética. Esta falta de capacidade deixa expostas as agências governamentais, as empresas e as infra-estruturas críticas. Outro domínio é a melhoria da governação e da segurança. Os países com governos fracos ou corruptos e um sector de segurança ineficaz são os mais susceptíveis a interferências externas. Por último, os países podem garantir que os cidadãos dispõem de informações exactas. Em países sem uma imprensa livre e responsável, os cidadãos são facilmente manipulados por afirmações falsas. Este ambiente permite o desenvolvimento de campanhas de desinformação.
Estas ameaças não vão desaparecer e a protecção contra ataques híbridos deve ser um esforço de toda a sociedade. Ao educar o público, as entidades eleitas e os profissionais de segurança para reconhecerem as ameaças, os países estarão mais bem posicionados para resistir a estes ataques.
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