Botswana Abre Caminho como Anfitrião dos Chefes de Estado-Maior da Defesa
EQUIPA DA ADF
Depois de participar na Conferência dos Chefes de Estado-Maior de África, em 2023, em Roma, o Comandante das Forças de Defesa do Botswana, Tenente-General Placid Segokgo, estava ansioso por acolher a conferência um ano mais tarde. Seria a primeira vez que o encontro anual se realizaria no continente.
“A vossa presença aqui hoje demonstra o vosso empenho em garantir não só a paz e a segurança continentais, mas também a paz e a segurança mundiais, que são fundamentais para o desenvolvimento económico e social sustentável,” afirmou Segokgo no discurso de abertura da cerimónia dirigido a 42 chefes de defesa africanos. “[Esta] conferência oferece aos líderes militares a oportunidade de aprenderem com as experiências pessoais dos seus colegas comandantes em vários compromissos militares que visam os vastos desafios e oportunidades de África.”
O Comando dos Estados Unidos para África (AFRICOM) co-organizou o evento na capital do Botswana, Gaborone, de 25 a 26 de Junho. A conferência reuniu líderes militares de topo de África e de todo o mundo para trocar conhecimentos, incentivar parcerias e fomentar a colaboração no sentido de abordar a segurança e a estabilidade comuns.
A luta contra o terrorismo é uma prioridade militar de topo, com grande incidência no Sahel e nas suas organizações extremistas violentas em expansão, algumas das quais ligadas à al-Qaeda e ao grupo do Estado Islâmico.
Os líderes dos EUA presentes, incluindo o Presidente do Estado-Maior Conjunto, General Charles Q. Brown, e o Comandante do AFRICOM, General Michael Langley, concordaram com os seus homólogos africanos numa estratégia global de comunicação e colaboração para dissuadir ameaças e responder a crises.
Durante a cerimónia de abertura, o Presidente do Botswana, Mokgweetsi Masisi, sublinhou a necessidade urgente de “enfrentar a crescente inquietação quanto ao desrespeito dos ideais democráticos dos governos constitucionalmente eleitos no continente africano por parte dos militares.”
“Este tipo de regressão na ordem política do continente representa uma séria ameaça à estabilidade das nações.”
Segokgo sublinhou igualmente a importância das relações civis-militares.
“É imperativo que, enquanto chefes da defesa, redobremos os nossos esforços para garantir que o sector da segurança não só seja eficaz, mas também responsável e funcione num quadro de supervisão civil democrática, do Estado de direito e do respeito pelos direitos humanos,” afirmou.
Desde a sua criação em 2017, a conferência tem reunido um vasto grupo de líderes militares do continente. Quarenta chefes militares africanos da defesa ou os seus representantes participaram no evento inaugural.
Ao longo dos anos, a conferência cresceu, com 46 países representados na edição virtual de 2021, 36 países a participarem em 2022 e 43 países a participarem em 2023, um recorde de participação presencial.
Antes da conferência deste ano, o perito militar Jakkie Cilliers, que fundou o Instituto de Estudos de Segurança, sediado na África do Sul, descreveu uma paisagem de segurança em mudança no continente.
“Será que estamos a assistir ao desenvolvimento de um novo modelo em que os governos africanos estão a considerar acordos de segurança alternativos, principalmente por parte de outros países africanos?,” disse à Voz da América. “E, claro, o papel das empresas privadas também está a aumentar.
“O papel da Rússia e do [Africa Corps] está a expandir-se. Portanto, é evidente que África enfrenta um desafio de segurança e os parceiros podem e devem fazer tudo o que for possível para ajudar.”
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