Forças Conjuntas Perseguem o EI-Moçambique em Direcção ao Sul
EQUIPA DA ADF
As forças de segurança conjuntas no norte de Moçambique continuaram as suas operações de busca e destruição contra o Estado Islâmico-Moçambique (ISM) depois de o grupo terrorista ter lançado uma nova incursão na província de Nampula em Abril.
“Os insurgentes atravessaram o rio Lúrio de barco para Nampula e atacaram as aldeias de Nasua e Manica, no distrito de Eráti, no dia 25 de Abril,” informou o site de observação de conflitos Cabo Ligado. “O EI afirmou ter queimado casas, igrejas e escolas e ter morto um civil em Nasua.
“No dia seguinte, os insurgentes entraram em confronto com as forças de segurança em torno da aldeia de Mithoca, segundo o EI. A polícia de Nampula confirmou que os insurgentes tinham atacado o distrito de Eráti e que as escolas e as casas tinham sofrido grandes danos.”
De 26 de Abril a 3 de Maio, tropas moçambicanas (FADM) e ruandesas (RDF) conduziram operações conjuntas contra terroristas nas densas florestas do distrito de Nampula e em pequenas ilhas ao longo do rio Lúrio, o segundo maior rio do país.
“Eles [terroristas] têm estado escondidos nestas florestas desde que foram desalojados pelas forças da RDF e de Moçambique da floresta de Catupa [no distrito de Macomia, província de Cabo Delgado] no ano passado,” o Brigadeiro-General Ronald Rwivanga, porta-voz da Força de Defesa do Ruanda, disse ao jornal ruandês The New Times. “Continuam a deslocar-se para sul à medida que são desalojados.”
Os ataques de Abril foram a terceira incursão violenta do ISM em Nampula. O grupo entrou pela primeira vez na província em Junho de 2022, seguindo-se outra incursão em Setembro de 2022. Os insurgentes do ISM tentaram um ataque a Nampula em Fevereiro de 2024, mas foram impedidos pela inundação do rio Lúrio.
Tal como fizeram nas suas incursões anteriores, os militantes visaram comunidades rurais no norte da província de Nampula em Abril de 2024, depois de terem encontrado pouca resistência por parte das forças governamentais no seu caminho para sul através de Cabo Delgado.
“Os insurgentes operam em pequenos grupos nestas áreas florestais,” disse Rwivanga. “Também se escondem em pequenas ilhas ao longo do rio Lúrio. As vítimas dos terroristas registadas foram várias dezenas. Foram deixados para trás grandes stocks de armas, mas algumas baixas foram levadas pelos insurgentes em fuga para o outro lado do rio, na província de Nampula.”
Em Dezembro de 2023, o Comandante do Exército das FADM, Major-General Tiago Alberto Nampele, afirmou que as suas forças, juntamente com a RDF e a Missão da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral em Moçambique (SAMIM), contrariaram os movimentos do ISM e impediram os terroristas de aceder a alimentos.
As três forças elaboraram um plano conjunto para perseguir os terroristas em retirada.
“Eles não se concentram em bases,” disse Nampele ao The New Times, acrescentando que os terroristas não as têm.
“São apenas pequenos acampamentos, muito, muito pequenos, pelo que, quando se apercebem das nossas forças, a primeira coisa que fazem é espalharem-se em grupos muito pequenos de dois ou três. São flexíveis e podem deslocar-se de um sítio para outro.”
O Ruanda conta com cerca de 2.500 soldados e efectivos da polícia nos distritos de Ancuabe, Mocímboa da Praia e Palma, em Cabo Delgado. O Brigadeiro-General Patrick Karuretwa, que lidera a cooperação militar internacional da RDF, disse que o Ruanda se comprometeu a enviar mais tropas visto que a SAMIM reduz as suas forças até ao final do ano.
A retirada da SAMIM “obriga-nos a tomar certas medidas,” disse Karuretwa, de acordo com a Agência de Informação de Moçambique. “Vamos treinar soldados moçambicanos para ocuparem os locais onde a SAMIM estava estacionada.
“Estamos também a aumentar o número das nossas próprias forças e a torná-las mais móveis, para que possam cobrir áreas maiores.”
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