Operações Militares Conjuntas Eliminam Duas Figuras do Terrorismo no Leste da RDC
EQUIPA DA ADF
Soldados mataram um comandante das Forças Democráticas Aliadas, conhecido como “Dr. Musa,” a 8 de Abril, durante uma operação conjunta das Forças de Defesa Popular do Uganda (UPDF) e das Forças Armadas da República Democrática do Congo (FARDC).
O Major Bilal Katamba, oficial de informação pública da divisão montanhosa das UPDF, disse que Musa geria toda a logística médica do grupo rebelde e trabalhava em estreita colaboração com o comandante máximo das Forças Democráticas Aliadas, Muhammad Luminsa.
Natural do Ruanda, Musa foi morto na província do Kivu do Norte, no norte da RDC, perto da fronteira com a província de Ituri. As forças conjuntas confiscaram também uma submetralhadora e um rádio militar.
“A sua morte é uma conquista para nós,” disse Katamba numa reportagem do jornal ugandês The Daily Monitor. “Estavam num pequeno grupo de cerca de cinco pessoas porque agora [as Forças Democráticas Aliadas] operam em pequenos grupos.”
No dia 4 de Abril, as forças conjuntas também mataram um comandante das Forças Democráticas Aliadas, conhecido por “Bagdad,” natural do Uganda, perto de Tingwe, em Ituri. As forças confiscaram também uma submetralhadora, 31 cartuchos de munições e um rádio militar.
Os analistas dizem que os remanescentes do grupo se dispersaram desde que foram expulsos do vale de Mwalika, no Kivu do Norte, no ano passado.
“As forças conjuntas continuam a seguir activamente e a exercer pressão sobre as restantes facções [das Forças Democráticas Aliadas], que recorreram à divisão em grupos mais pequenos para escapar aos ataques consistentes e persistentes das UPDF/FARDC,” Katamba disse numa reportagem do jornal Nile Post, do Uganda. Katamba disse que o grupo rebelde está a utilizar cada vez mais dispositivos explosivos improvisados (DEI) nos seus ataques no leste da RDC e no Uganda.
“No entanto, as equipas técnicas de neutralização de engenhos explosivos (EOD) das forças conjuntas estão a lidar com as ameaças de DEI,” disse Katamba ao jornal.
As Forças Democráticas Aliadas são um dos cerca de 100 grupos rebeldes que lutam contra as forças de segurança, as milícias locais e entre si no leste da RDC. O grupo terrorista mais proeminente é o M23, que está actualmente a avançar para Goma, a capital do Kivu do Norte.
“Embora [as Forças Democráticas Aliadas] tenham recebido menos atenção do que o M23, são pelo menos tão mortíferas,” o especialista em RDC, Kristof Titeca, da Universidade de Antuérpia, na Bélgica, disse à Deutsche Welle.
Em Fevereiro, o grupo matou pelo menos 24 civis em ataques separados durante dois dias. Pelo menos 11 pessoas foram mortas com catanas e armas de fogo durante o primeiro ataque no Kivu do Norte, enquanto 13 pessoas foram mortas em Ituri, onde a maioria das vítimas foi morta nas suas casas.
O grupo também tem demonstrado resistência apesar da pressão militar.
No dia 12 de Abril, quatro dias após a morte de Musa, as Forças Democráticas Aliadas foram responsabilizadas pela morte a tiro de pelo menos 10 pessoas que trabalhavam nos campos da comuna de Mulekera, perto de Beni, no Kivu do Norte. Entre as vítimas estavam três mulheres.
“Certamente, há outros corpos que vamos encontrar à medida que as buscas continuarem,” o Presidente do Município de Mulekera, Ngongo Mayanga, disse à Reuters. Uma sobrevivente disse que estava a trabalhar perto da sua nora quando ouviu tiros. Fugiu para a floresta, onde passou a noite.
“A minha nora foi na direcção oposta, mas infelizmente foi aí que foi morta,” disse ao serviço noticioso.
Ligadas ao grupo do Estado Islâmico, as Forças Democráticas Aliadas foram formadas no Uganda, na década de 1990, por vários grupos rebeldes com pouca ideologia comum, mas com vontade de efectuar ataques violentos contra civis. As forças do Uganda derrotaram o grupo e os seus remanescentes fugiram para a RDC.
As Forças Democráticas Aliadas são em grande parte financiadas através de operações ilegais de extracção mineira e de exploração de madeira e do rapto de pessoas, muitas vezes crianças, para obterem um resgate.
As Nações Unidas informaram no ano passado que o grupo do Estado Islâmico também “forneceu apoio financeiro às [Forças Democráticas Aliadas] desde pelo menos 2019, através de um complexo esquema financeiro envolvendo indivíduos em vários países do continente, emanando da Somália e passando pela África do Sul, Quénia e Uganda.”
Para além das forças congolesas e ugandesas, tropas do Malawi, da África do Sul e da Tanzânia estão a combater grupos terroristas no leste da RDC no âmbito de uma missão da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC).
Em meados de Fevereiro, o governo da África do Sul disse que mais 2.900 dos seus soldados estavam a ser mobilizados para a operação da SADC, que tem um mandato de até Dezembro de 2024.
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