Equipa do Comando Africano dos Estados Unidos
Embora a maior parte de África continue segura, há bolsas de violência extremista que se propagam. As organizações terroristas globais procuram explorar estes pontos fracos de segurança depois de terem perdido terreno noutras partes do mundo.
Estes grupos vêem partes do Sahel, do Corno de África e do norte de Moçambique como locais onde estão livres para recrutar, expandir e lançar ataques.
Um relatório das Nações Unidas de 2023 considerou a África Subsaariana o “epicentro” mundial do terrorismo. Quase metade de todas as mortes relacionadas com o terrorismo a nível mundial em 2021 ocorreram na África Subsaariana. Os mais afectados foram o Burquina Faso, o Mali, o Níger e a Somália, com 34% das mortes relacionadas com o terrorismo a nível mundial.
Esta violência não só destrói vidas, como também atrasa o progresso económico e inverte as conquistas democráticas.
A resposta militar continua a ser a resposta mais comum ao problema. Os países estão a procurar novas formas de reunir rapidamente coligações de nações determinadas para responder a ameaças, quer sob a bandeira da União Africana, uma comunidade económica regional, ou através de um acordo ad hoc.
Mas as lições duramente aprendidas mostram que a força militar por si só não pode derrotar a insurgência. Se os factores subjacentes à insegurança não forem resolvidos, a violência voltará.
Os países devem aprender uns com os outros sobre as melhores formas de desenvolver estratégias de longo prazo contra o extremismo. Isto inclui combater a ideologia extremista, desmobilizar e reintegrar antigos combatentes e criar confiança nas comunidades afectadas pela violência.
Acima de tudo, os países devem analisar os factores que levam os jovens ao recrutamento por extremistas. Não é surpresa que as áreas mais facilmente exploradas pelos grupos insurrectos sejam subdesenvolvidas e distantes das capitais nacionais.
Os países que tiveram mais sucesso no combate ao extremismo e a outros tipos de insurreição adoptaram uma abordagem de todo o governo. Nestes casos, o sector da segurança proporciona segurança e estabilidade numa área para que o desenvolvimento e a ajuda possam ocorrer.
Como profissionais militares, conhecemos a complexidade das operações de contra-insurgência. Sabemos que leva tempo, requer a adesão de múltiplas partes interessadas e exige uma vontade de experimentar estratégias não convencionais. Aprendendo uns com os outros e estabelecendo parcerias, podemos ajudar a reforçar os pontos fracos e impedir que os grupos insurgentes expandam o seu alcance no continente.