Vice-Almirante Seth Amoama, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de Defesa do Gana, falou sobre “Os esforços militares do Gana para travar o terrorismo” na primeira Exposição e Conferência Internacional de Defesa, no dia 12 de Outubro de 2022, em Burma Camp, em Acra, Gana. As suas observações foram retiradas de um relato publicado pelo site Ghana Peace Journal e foram editadas por razões de espaço e clareza.
Nos últimos anos, o Gana tem adoptado uma abordagem multissectorial que envolve todo o governo e a sociedade para conter qualquer possível propagação do terrorismo e do extremismo violento.
As Forças Armadas do Gana (GAF), em resposta, também conceberam uma estratégia militar bem pensada e um plano de implementação para lidar eficazmente com as ameaças externas do Gana.
O Gana tem-se mantido relativamente estável numa sub-região que tem sido assolada por uma miríade de problemas de segurança.
Na última década, a ameaça da al-Qaeda, da Jamaat Nusrat al-Islam wal Muslimin, da Província do Estado Islâmico da África Ocidental e de outras organizações espalhou-se gradualmente do norte do Mali para Níger, Burquina Faso e, mais recentemente, para o nordeste da Costa do Marfim e para o norte do Togo e do Benin.
As actividades das organizações extremistas violentas (OEV) e dos grupos terroristas armados (GTA) têm preocupado o discurso da segurança regional e nacional. É muito preocupante o avanço para sul das OEV e dos GTA na África Ocidental e no Sahel para os Estados costeiros ao longo das fronteiras comuns da África Ocidental.
Na qualidade de membro fundador da Iniciativa de Acra, o Governo do Gana continua a reforçar a cooperação multilateral e a partilha de informações com Togo, Benin, Burquina Faso, Costa do Marfim, Níger, Nigéria e Mali para prevenir a ameaça do terrorismo e do extremismo violento na sub-região, através da Iniciativa de Acra e de outros acordos bilaterais.
Até à data, as Operações Koudanlgou I, II, III e IV foram conduzidas ao longo das fronteiras comuns dos países da Iniciativa de Acra com relativo sucesso e, com o acordo das partes na Iniciativa de Acra, foi desenvolvido um plano operacional fronteiriço conjunto. O plano foi iniciado no final de 2021 e, em Dezembro de 2022, o quartel-general da Força-Tarefa [Conjunta] Multinacional seria estabelecido no Gana. O comandante da força foi nomeado e estamos a trabalhar para estabelecer o quartel-general em Tamale.
Um dos elementos-chave da segurança regional tem sido a adopção de abordagens não cinéticas à segurança, através do reforço da resiliência e da coesão nacional. Recentemente, o Ministério da Segurança Nacional lançou um projecto intitulado “See Something, Say Something” (Viu Algo, Denuncie) para trazer todos — todos os aspectos da sociedade — para a luta contra o terrorismo.
O governo está também a aumentar a presença do Estado em todo o país, para que não haja espaços não governados em lado nenhum, e a descentralizar o desenvolvimento e a presença das agências de segurança e de informação em todas as partes do país.
Desde a formação das Forças Armadas do Gana, o panorama da segurança global tem assistido a uma mudança significativa do combate convencional para a guerra assimétrica. Esta é caracterizada por actividades de terrorismo e insurgência, e a estratégia de resposta das GAF às ameaças também evoluiu.
Mudanças nas abordagens doutrinárias: uma mudança na doutrina da formação para ter em conta as ameaças e a guerra assimétricas incluirá todos os níveis de formação, incluindo o desenvolvimento de pessoal fora do país. Outra coisa que introduzimos foi a criação de um Comando de Doutrina e Formação para analisar as nossas doutrinas e revê-las em consonância com as ameaças actuais.
Uma reestruturação da força: isso significa um impulso renovado no sentido de unidades mais inteligentes e mais pequenas, ágeis, capazes de responder e conduzir operações cirúrgicas para atingir objectivos estratégicos apoiados por estruturas de apoio logístico.
Prevenção: a Estratégia Nacional de Luta contra o Terrorismo e a Insurgência define o recurso a operações conduzidas por informações e a operações de guerra de informação.
O impulso para o sul das actividades dos terroristas, especialmente a partir do Mali, do Níger, do Burquina Faso e da região mais vasta do Sahel, continua a ser elevado e é provável que persista.
O impacto dos esforços nacionais e militares está a produzir os resultados necessários, pelo que a colaboração com parceiros estratégicos continua a ser crítica e necessária para consolidar os nossos ganhos. Consequentemente, a determinação do Gana em manter relações bilaterais e multilaterais assenta em Estados pacíficos e democráticos que garantem a sobrevivência, a segurança e o bem-estar dos seus cidadãos face a ameaças iminentes e potenciais.
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