EQUIPA DA ADF
Os líderes da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) concordaram em criar uma força regional para intervir quando os países-membros são confrontados com extremismo violento ou em caso de golpes de Estado.
Omar Alieu Touray, presidente da Comissão da CEDEAO, disse aos jornalistas numa cimeira realizada em Dezembro de 2022, na Nigéria, que a medida se destina a “cuidar da nossa própria segurança na região.”
A CEDEAO está “determinada a criar uma força regional que intervirá em caso de necessidade” para restabelecer a ordem constitucional nos países-membros, acrescentou.
A força proposta pela CEDEAO terá como missão combater as organizações extremistas violentas da região, como a Jama’at Nasr al-Islam wal Muslimin, ligada à al-Qaeda, e o Estado Islâmico no Grande Sahara. Os grupos extremistas estão determinados a espalhar-se a partir do Sahel para países costeiros como Benin, Gana e Togo.
Os observadores ainda não têm a certeza da diferença entre a nova força e os actuais instrumentos de intervenção, nem da forma como será utilizada. Os observadores alertam para o facto de a nova força poder demorar a tomar forma.
“A criação desta nova força vai demorar algum tempo,” disse Emmanuel Balogun, autor do livro “Region-Building in West Africa,” ao The Washington Post. “É provável que envolva muitas outras partes interessadas na paz e na segurança, incluindo potencialmente grupos da sociedade civil que também estão empenhados no processo de paz e segurança.”
Os ministros da defesa da região reuniram-se em 2023 para analisar a estrutura da força. Touray disse que os ministros deveriam elaborar um plano para a força no segundo semestre de 2023.
Touray disse que o financiamento não pode depender apenas de contribuições voluntárias.
A CEDEAO já dispõe de uma força de reserva baseada em Abuja. Existem também várias operações de apoio à paz da CEDEAO, incluindo uma na Gâmbia e outra na Guiné-Bissau.
A CEDEAO tem um historial de apoio a missões de luta contra golpes de Estado. Poucos dias após a tentativa de golpe de Estado na Guiné-Bissau, em Fevereiro de 2022, os líderes da CEDEAO decidiram enviar uma força de estabilização.
Na altura, o Presidente do Gana, Nana Akufo Addo, lançou um forte aviso e utilizou a palavra “contágio” para descrever a epidemia de golpes de Estado na região.
“O ressurgimento de golpes de Estado na nossa região é motivo de grande preocupação,” afirmou durante uma cimeira de emergência convocada para debater a questão em Fevereiro de 2022.
“Esta evolução põe em causa o modo de vida democrático que escolhemos. Vamos abordar esta tendência perigosa de forma colectiva e decisiva antes que ela devaste toda a região.”