EQUIPA da ADF
Quando o grupo extremista Ansar al-Sunna começou a espalhar terror na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, em 2017, os seus militantes exibiam catanas. Hoje, os insurgentes transportam espingardas de assalto e granadas lançadas por foguetes.
Os analistas afirmam que uma das principais razões para isso é que os extremistas capturaram equipamento do exército moçambicano.
Os grupos de militantes de todo o continente armaram-se desta forma.
“A perda de equipamento da propriedade de contingentes (COE) tornou-se uma vulnerabilidade crítica para os exércitos nacionais e para as operações de paz em África,” escreveu recentemente o especialista em matérias de armamento, Eric G. Berman, para o Centro de Estudos Estratégicos de África. “Grupos armados não estatais têm atacado de forma regular os soldados de manutenção da paz e as forças de exércitos nacionais para capturar material letal e não-letal.”
Nos últimos 10 anos em África, grupos armados atacaram e levaram milhares de munições, milhares de pequenas armas e armamentos ligeiros, centenas de sistemas de armas pesadas, viaturas e motociclos, uniformes, equipamento de comunicação e combustível.
“Os grupos armados utilizam este material contra os soldados de manutenção da paz e contra as forças armadas em emboscadas complexas, perpetuando o ciclo de perda de munições,” escreveu Berman. “Pelotões foram atacados em postos avançados. Companhias foram atacadas nas bases avançadas. Batalhões foram atacados em sectores de quartéis. E dezenas de locais alegadamente seguros pequenos ou grandes foram atacados e os seus armazéns pilhados.”
Para além de perdas em campo de batalha, o estudo revelou que as armas ilícitas provêm de arsenais nacionais e de forças de manutenção da paz devido à corrupção, à má gestão e ao roubo.
Vários estudos enfatizaram as seguintes entre as melhores práticas para garantir a segurança de armamento e prevenir que este caia nas mãos do inimigo:
Segurança ao redor de depósitos de armamento e para o transporte de armas.
Registos permanentes num cadastro de armamento, munições e material relacionado para todas as forças de manutenção da paz. Isso inclui programas de marcação de armas, avaliações de pré-destacamento, registo de stocks pós-destacamento e investigações de comunicações de perda.
Programas de recuperação de armas — amnistias, trocas, reintegração de militantes.
Participação em plataformas internacionais de partilha de informação para ter acesso à inteligência de tráficos de armas.
Partilha de padrões de controlo de armas regionais e sub-regionais.
Especialistas também disseram que os líderes deviam priorizar a moral, a transparência, o pagamento e os benefícios dos soldados, para combater a corrupção e o roubo.
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