EQUIPA DA ADF
As autoridades nigerianas esperam utilizar tecnologia sul-africana para ajudar a proteger os recursos marinhos do seu país.
A tecnologia iria ajudar a Nigéria a fazer a monitoria do movimento das embarcações em qualquer lugar nas suas águas, George Moghalu, director-geral da Autoridade das Vias Navegáveis Internas da Nigéria, disse numa reportagem do jornal Independent Nigeria.
Moghalu disse, em finais de Setembro, que fez visitas de intercâmbio com uma empresa sul-africana de tecnologia, mas não mencionou o nome da empresa. A tecnologia não especificada pode ajudar a combater a pesca ilegal, não declarada e não regulamentada (INN), a pirataria, os raptos e o contrabando de armas e de drogas, entre outros crimes marítimos.
“Fizemos-lhes uma visita e eles visitaram-nos e nós apresentamos os nossos desafios, porque queremos estar numa posição de poder fazer a monitoria de todas as nossas vias navegáveis e eles possuem a tecnologia,” disse Moghalu ao jornal. “Existe uma tecnologia que eles irão implementar para que eu esteja na sala de controlo em Lokoja e seja capaz de fazer a monitoria de todas as embarcações que operam nas nossas vias navegáveis.”
A Pesca INN na Nigéria
Devido ao fluxo de entrada de arrastões industriais, a pesca INN é tão frequente na Nigéria assim como em outras partes da África Ocidental. Em 2018, a Marinha Nigeriana comunicou que o país estava a perder 70 milhões de dólares por ano para os arrastões chineses que pescam ilegalmente.
A Sociedade Americana de Pescas comunicou, em 2019, que os recursos pesqueiros nas águas da costa da Nigéria estavam a ser pescados quase no máximo da sua capacidade, tendo 80% dos locais de pesca entrado em colapso e ficado sobre-explorados (significando que a captura anual é de 10% a 50% da captura do pico histórico) ou totalmente explorados (a captura é maior do que 50% do pico histórico).
FishBase, um instituto de pesquisas, alista mais de 60 espécies nativas de peixe da Nigéria como estando vulneráveis ou em perigo crítico.
A pesca ilegal e outros crimes marítimos causam a insegurança alimentar. De 2014 a 2016, 6,6% da população da Nigéria experimentou uma insegurança alimentar grave. De 2018 a 2020, a prevalência da insegurança alimentar naquele país aumentou para 21,4%, de acordo com Statista.
A Nigéria recentemente deu passos para melhorar a segurança marítima. Em 2021, o país lançou o Projecto Deep Blue, uma abordagem multifacetada para confrontar a pirataria no Golfo da Guiné. O esforço avaliado em 195 milhões de dólares reúne uma mistura de navios, aeronaves e drones para fazer a patrulha das linhas de navegação marítima agitadas ao largo da costa da Nigéria.
Em Junho, o projecto acrescentou
“Com o envio dos activos do projecto Deep Blue, estamos a entrar num outro nível de segurança nacional concebido para um espectro total da segurança marítima e uma melhor conscientização do domínio, utilizando algumas das mais recentes tecnologias,” Dr. Bashir Jamoh, director-geral da Agência Nigeriana de Administração e Segurança Marítima, disse ao Maritime Executive. “Este esforço para garantir a segurança das nossas águas irá dar aos nigerianos mais vantagens para poderem potenciar os enormes recursos do nosso ambiente marítimo e ajudarem a impulsionar a diversificação económica.”