EQUIPA DA ADF
Entre as ondas de desinformação sobre a COVID-19, uma afirmação falsa surpreendente é a de que o vírus não prejudica o sistema imunológico da pessoa.
De acordo com a Dra.
, uma investigadora em virologia e doenças contagiosas, na Universidade Griffith, Austrália, existem muitas provas que sugerem que pessoas que se recuperaram da COVID-19 podem estar em risco de contrair outras doenças contagiosas.
Isso pode dever-se ao facto de que a COVID-19 tenha destruído o sistema imunológico do paciente, afectando a sua capacidade de combater outros vírus e patogénicos, escreveu Herrero, no The Conversation.
Alguns sobreviventes de COVID-19 desenvolvem
de acordo com o jornal norte-americano, Kaiser Health News (KHN). Isso começou a acontecer no início da pandemia.
Em Março de 2020, médicos italianos detectaram a
nos sobreviventes de COVID-19. A síndrome pode causar fraqueza muscular ou paralisia, visto que o sistema imunológico ataca os nervos do organismo. Em todo o mundo, médicos diagnosticaram sobreviventes de COVID-19 com transtornos de sangramento relacionados com o sistema imunológico e coágulos de sangue que podem levar a um derrame, comunicou o KHN.
“A Covid está a perturbar o sistema imunológico,” John Wherry, director do Instituto de Saúde e Medicina Imunológica Penn, nos Estados Unidos, disse ao KHN. “Alguns pacientes, desde a sua primeiríssima consulta, parecem ter o sistema imunológico com um super impulso.”
De acordo com James Heath, professor e presidente do Instituto de Sistemas de Biologia de Seattle, os actores imunológicos conhecidos como “células T auxiliares,” geralmente ajudam os anticorpos a atingir a maturidade. Cerca de 10% a 15% de pacientes de COVID-19 internados que Heath estudou tinham elevados níveis de células T auxiliares depois de a infecção ter desaparecido.
Heath está a tentar determinar se são as células T auxiliares que levam à doença crónica ou são os sintomas de doença auto-imune pós-COVID-19.
“Essas células T auxiliares ainda permanecem lá meses depois e são agressivas,” disse Heath ao KHN. “Elas estão numa caçada.”
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, cerca de 65% da população que vive em África contraiu a COVID-19, embora 67% dos infectados não tenham manifestado qualquer sintoma. O verdadeiro número de infecções no continente provavelmente seja muitas vezes maior do que o número de casos confirmados. Isso faz com que seja difícil que os investigadores determinem a prevalência de doenças e infecções relacionadas com o período pós-COVID.
Algumas pessoas desinformadas também continuam a acreditar que a condição conhecida como COVID longa não existe.
Um estudo publicado na revista Clinical Infectious Disease encontrou provas de que alguns sistemas imunológicos de pessoas que padecem de COVID longa ainda estavam a lutar contra as proteínas spike que o vírus utiliza para invadir as células cerca de um ano depois da infecção original.
De acordo com os dados existentes, cerca de um quarto de pessoas que se recuperam de COVID-19 desenvolvem sintomas ligados à COVID longa. A COVID longa aparentemente envolve um conjunto de 200 sintomas diferentes em vários órgãos do corpo. Esteve ligada a problemas cardíacos, dificuldades de respiração e coágulos de sangue.