EQUIPA DA ADF
BA.5, a variante Ómicron da COVID-19 que está por detrás do aumento significativo das taxas globais de infecção, transporta consigo um conjunto diferente de sintomas em comparação com as estirpes anteriores.
Luke O’Neill, um imunologista do Colégio Trinity, em Dublin, Irlanda, explica porquê.
“Existe alguma imunidade ligada a ela com células T [que ajudam a proteger o corpo de infecção] e por aí em diante,” disse O’Neill num programa de rádio irlandês. “E esta mistura do seu sistema imunológico e o vírus a ser ligeiramente diferente pode dar espaço a uma doença ligeiramente diferente tendo, estranhamente, suores nocturnos como característica.”
Sintomas como perda do paladar e do olfacto eram sinais de infecção por estripes anteriores, mas pacientes diagnosticados com as mais recentes variantes exibem sintomas mais semelhantes à gripe, Dra. Neha Narula, da Sandford Health Care, disse durante uma entrevista do dia 1 de Agosto, com a CBS News Bay Area, em São Francisco.
“Os sintomas são dores no corpo, dores musculares, fadiga, dores abdominais, febres e, para além disso, estamos a registar mais sintomas do tracto respiratório superior, como o prurido no nariz, congestão nasal e dores muito fortes na garganta estão a tornar-se um pouco mais comum com estas novas estirpes,” disse Narula. “A tosse pode aparecer mais tarde dentro de uma semana e possivelmente permanecer algumas semanas depois de estar-se infectado.”
As pessoas que se recuperaram das mais recentes estirpes também estão a ficar reinfectadas muito mais rápido do que os pacientes diagnosticados com as variantes anteriores. Citando estudos da Dinamarca e Austrália, Narula afirmou que alguns pacientes ficam infectados em apenas 20 dias depois da sua infecção inicial.
“Estudos de variantes iniciais demonstraram que a imunidade depois da infecção duraria três ou quatro meses,” disse Narula. “Tudo mudou quando a Ómicron entrou em cena.”
No dia 15 de Julho, África registou cerca de 1 milhão de novos casos de COVID-19 nos anteriores 140 dias, de acordo com a Reuters. Na Nigéria, as infecções pela COVID-19 aumentaram aproximadamente 324%, entre 13 de Junho e 12 de Julho, de acordo com uma análise de dados do Centro de Controlo de Doenças da Nigéria (NCDC), feita pelo jornal nigeriano, The Punch.
Especialistas afirmam que a BA.5 é muito mais contagiosa do que qualquer outra estirpe da COVID-19.
“Cerca de cinco vezes mais contagiosa,” Dra. Debra Powell, chefe da divisão de doenças contagiosas do Tower Health, Filadélfia, disse numa reportagem da Desert News. Powell acrescentou que é provável que surjam mais variantes.
No fim de Julho, Tedros Ghebreyesus, Director-General da Organização Mundial de Saúde, disse que o número de infecções e de mortes pela COVID-19 tinha aumentado a nível mundial. Ghebreyesus disse que a BA.5 e a BA.4 estavam a impulsionar as infecções mais recentes.
“Nas últimas seis semanas, o número semanal de casos registados a nível mundial quase que duplicou,” informou Tedrosnum comunicado. “Enquanto o vírus continua a circular amplamente, novas e mais perigosas variantes estão a emergir.”