Três meses depois de levantar a obrigatoriedade do uso da máscara a nível nacional, o Quénia voltou a impor a ordem no final de Junho na sequência da sexta vaga de casos de COVID-19. A directiva apela para o uso de máscaras em espaços públicos confinados, incluindo transportes públicos rodoviários e aéreos.
Quénia é o segundo país da África Oriental a experimentar a sexta vaga de infecções, depois das Maurícias, Dr. Ahmed Ogwell Ouma, director interino do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (Africa CDC) disse numa conferência de imprensa virtual em meados de Junho. Entre os dias 6 e 12 de Junho, o país experimentou um aumento de 92% no número de novos casos.
Naquela altura, Ouma disse que a Etiópia estava a debater-se com a sua quinta vaga de infecções, enquanto a Somália comunicava uma taxa de mortalidade de 5%, muito acima da média global de 1,2%. A Zâmbia também esteve entre os principais cinco países africanos a comunicarem números elevados de novos casos, de acordo com o Africa CDC.
A Ministra de Saúde da Zâmbia, Silvia Masebo, estava preocupada com uma possível sexta vaga no fim de Maio, quando os internamentos hospitalares devido à COVID-19 aumentaram. Masebo apelou o público a observar as medidas de prevenção.
“Permitam-me usar esta oportunidade para apelar a todas as organizações, incluindo locais de culto, escolas, empresas e famílias para comunicarem rapidamente sobre qualquer aumento em infecções respiratórias e, de facto, sobre qualquer outra doença contagiosa, às autoridades sanitárias para que tomem medidas atempadamente,” disse Masebo numa reportagem do jornal zambiano, Lusaka Times.
O Ministro de Saúde do Quénia, Mutahi Kagwe, caracterizou o número de novas infecções daquele país como “preocupantemente elevado.”
“Devemos, mais uma vez, tomar as nossas medidas para prevenir um deslize para uma crise como a que experimentamos em 2020 e 2021, quando perdemos muitas vidas e recursos,” disse Kagwe num discurso transmitido pela televisão. “Felizmente, o aumento no número de casos até agora não está associado ao aumento de internamentos, com a gestão da maioria [dos pacientes] a ser feita em forma de prestação de cuidados domiciliários e isolamento.”
Contudo, Kagwe disse que a sexta vaga daquele país provavelmente venha a piorar durante os meses de inverno. No dia 20 de Junho, a data em que Kagwe proferiu o discurso, o país registou uma taxa de positividade de 12,6%, a sua mais elevada desde Março, comunicou o jornal The East African. A sexta vaga é impulsionada pela altamente contagiosa subvariante BA.2.
A situação é semelhante na Tanzânia, que comunicou um aumento de 137% nas novas infecções num único mês, reportou o jornal ugandês Daily Monitor, no final de Junho.
Um aumento nas novas infecções levou a que o Ministério de Saúde do Uganda a apelar o público para voltar a seguir as medidas de prevenção, como uso de máscaras, distanciamento social e lavagem frequente das mãos.
A Ministra de Saúde do Uganda, Dra. Jane Ruth Aceng, disse que o país saiu de uma situação em que não registou nenhuma nova infecção para uma média de 50 por dia, no final de Junho, embora o país não tenha implementado um confinamento obrigatório total.
“Este aumento é semelhante ao que enfrentamos em Junho de 2021 quando a variante Delta era prevalecente,” disse Aceng ao Daily Monitor, acrescentando que a variante Ómicron actualmente é a mais prevalecente.
O presidente ugandês, Yoweri Museveni, disse que estava preocupado com a propagação de novas infecções, depois de ter testemunhado mais de 1 milhão de pessoas a celebrar o Dia dos Mártires na região central de Namugongo.
“A população não usou máscaras em Namugongo,” disse Museveni na reportagem do Daily Monitor. “Eles pensam, erradamente, que quando se está na igreja, não se fica doente. Estou um pouco preocupado com o que vi lá.”