Embora os especialistas estejam a prever que uma quinta vaga de COVID-19 possa atingir África do Sul até finais de Abril, o governo ainda afirma que aliviar as restrições de confinamento obrigatório é a decisão certa.
“Esta alteração… será de grande benefício para a as indústrias dos desportos, cultura, entretenimento e de realização de eventos, em particular,” disse Ramapossa num discurso transmitido pela televisão.
John Nkengasong, director do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças tinha dito que os confinamentos obrigatórios rigorosos não são a forma mais eficaz para conter a pandemia.
Ramapossa pôs fim a um estado de calamidade que durou 750 dias naquele país, no dia 5 de Abril, afirmando que o governo está determinado a reconstruir o país.
“É um momento para recordar aqueles que perderam as suas vidas e muitas pessoas que ainda estão a lutar com os efeitos da doença,” disse o presidente num comunicado. “Também é altura de prestar tributo aos profissionais de saúde, à polícia, aos soldados, aos voluntários e outros profissionais da linha da frente pela sua dedicação e serviço durante o pior período da pandemia.”
Sublinhando as previsões dos cientistas, o Vice-Presidente David Mabuza, disse que acredita que a quinta vaga será menos severa do que as vagas anteriores, devido aos níveis de imunidade comunitária da população, de acordo com uma reportagem do The Indian Express.
Com o alívio das restrições, os viajantes que vêm para a África do Sul devem, mesmo assim, fornecer provas de um teste negativo de COVID-19, caso contrário, terão de realizar um teste de antigénio e ficar 10 dias em isolamento caso testem positivo.
“As poucas medidas transicionais que continuam estão limitadas ao âmbito e permitem que quase todas as actividades sociais e económicas continuem normalmente,” Ramapossa disse num artigo do jornal online sul-africano, Daily Maverick. “São essenciais para reduzir o risco de outras vagas da COVID-19 e outras calamidades.”
A futura resposta do governo à COVID-19 estará centrada em regulamentos, de acordo com a Lei Nacional de Saúde, que orienta o tratamento de condições médicas e surtos de doenças.
Embora o país tenha alcançado 100.000 mortes por COVID-19 no dia 1 de Abril, os especialistas acreditam que o verdadeiro número de infecções e de mortes por COVID-19 na África do Sul e no continente seja muito mais elevado.
De acordo com o Conselho de Pesquisas Médicas da África do Sul, o país registou aproximadamente 304.000 mortes em excesso durante devido a causas naturais entre 3 de Maio de 2020 e 2 de Abril de 2022. As mortes em excesso são a diferença entre os números de mortes observadas num período específico comparados ao número esperado de mortes.
“O número estimado de mortes em excesso começou a reduzir de forma consistente com a tendência no número de mortes confirmadas por COVID-19,” lê-se no relatório do Conselho. “Embora seja necessário obter mais dados sobre as causas subjacentes de mortes, esta observação apoia o facto de que uma proporção significativa da mortalidade em excesso actual que está a ser observada na África do Sul, provavelmente, seja atribuível à COVID-19.”
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