EQUIPA DA ADF
O número de casos de COVID-19 de África registou uma queda vertiginosa desde que atingiu o pico por volta do início deste ano. Esta situação dá a esperança de que a quarta vaga de infecções pode estar a reduzir em muitos países.
Durante a sua conferência de imprensa do dia 3 de Fevereiro, o Dr. John Nkengasong, director do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças comunicou que os novos casos tinham baixado em 16% numa semana, o mais recente de numa série de declínios semanais ao longo do mês de Janeiro.
Os decréscimos foram motivados, em grande medida, pela queda no número de infecções impulsionadas pela variante Ómicron na África do Sul, onde aquela variante da COVID-19 foi primeiramente registada. A redução foi suficiente para motivar o governo da África do Sul a pôr um fim ao recolher obrigatório nocturno e a relaxar outras restrições.
Enquanto as infecções registavam declínio na África do Sul, os países da África do Norte sofriam um aumento acentuado no número de infecções ao longo do mesmo período.
A nível do continente, a taxa de positividade de casos para a COVID-19 situa-se em 11%.
A variante Ómicron é mais contagiosa, mas menos mortal do que as suas predecessoras, com uma taxa de mortalidade de casos de 0,68% em comparação com 2,4% das variantes anteriores, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Apesar desse facto, a África continua a registar a mais elevada taxa de positividade de casos da COVID-19 no mundo.
O número de mortes pela COVID-19 no continente aumentou quando a variante se propagou para 39 países. As mortes aumentaram em cerca de 20% ao longo das primeiras semanas do ano, algo que Nkengasong disse que era de esperar, porque o número de mortes registadas estava a seguir o número de casos há várias semanas.
“Irá subsequentemente registar um declínio caso não tenhamos uma outra explosão,” disse Nkengasong falando sobre o número de mortes durante uma conferência de imprensa em Fevereiro.
Os países ainda estão a lidar com a variante Delta, disse Nkengasong, e não existe clareza sobre como as duas variantes estão a interagir no seio da população.
No início de Fevereiro, 48 países africanos ainda estavam a experimentar uma quarta vaga de infecções. Nove estavam no meio de uma quinta vaga.
O Africa CDC registou 10,8 milhões de casos da COVID-19 desde o início da pandemia e um número oficial de mortes de 240.000, conforme a contagem feita no início de Fevereiro. Os analistas afirmam que o verdadeiro número de mortes pela pandemia pode ser até três vezes superior a isso, devido ao registo deficitário e mortes fora dos hospitais que podem não ter sido comunicadas.
A pandemia produziu um aumento acentuado do número de camas dos cuidados intensivos no continente, de 0,8 por 100.000 habitantes para 2 por 100.000 habitantes, mas isso ainda não é suficiente para satisfazer a demanda. O oxigénio médico também continua em alta demanda, de acordo com a Dra. Matshidiso Moeti, directora regional da OMS para África.
“Embora a aceleração, o pico e o declínio desta vaga tenham sido sem precedentes, o seu impacto foi moderado e África encontra-se a emergir com menos mortes e baixo número de internamentos,” disse Moeti num comunicado. “Mas o continente ainda tem que reverter o quadro desta pandemia. Enquanto o vírus continuar a circular, mais vagas da pandemia são inevitáveis.”