AGÊNCIA FRANCE-PRESSE
Asseta Rouamba foi uma de milhares que fugiram da violência extremista na conturbada região norte de Burkina Faso quando a filha contraiu malária, colocando o par numa situação de mais desespero.
“Estamos expostos. Para além de os nossos abrigos serem precários, existem dificuldades de comida e saúde,” disse a mulher de 74 anos de idade dentro de uma tenda branca, num centro de saúde nos arredores da cidade nortenha de Kaya.
“Este centro recebeu-nos com tratamento gratuito, o que foi um grande alívio.”
Kaya, a capital da região de Centre-Nord, ficou sobrecarregada com o fluxo de pessoas obrigadas a fugir das suas casas por causa de insurgentes violentos. Mais de 1.100 pessoas morreram e mais de um milhão de pessoas ficaram deslocadas pela violência desde 2015. O derramamento de sangue está a esgotar os já parcos recursos do norte do país.
Kaya foi em termos gerais poupada pela violência, mas 472.000 pessoas refugiaram-se numa zona próxima da cidade, desde Janeiro de 2019. Um terço desse número foi recebido nos centros de acolhimento no Sector Seis de Kaya, onde está localizado o centro de saúde e promoção social que tratou da filha de Rouamba.
Em média, 160 pessoas visitam o centro por dia. O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) canalizou 118.000 dólares para financiar consultas, vacinações, cuidados de maternidade, testes e tratamento de má nutrição neste centro. O financiamento faz parte de um programa do CICV, avaliado em 16,2 milhões de dólares, lançado em Abril de 2020 para reforçar a protecção de cidadãos vulneráveis e prover serviços essenciais na região do Sahel.
O enfermeiro-chefe do centro de saúde, Issa Sawadogo, disse que a instituição tinha passado por dificuldades desde o começo do fluxo, “mas agora sentimo-nos bem, mais ou menos.”
“Com a reabilitação da maternidade, dos sanitários, da lavandaria e da recepção, o nosso centro de saúde recebeu um rosto humano,” acrescentou o enfermeiro.
Adjaratou Sawadogo, uma mulher de 43 anos de idade, mãe de três filhos, que fugiu da violência na região central de Barsalogho, também elogiou o centro.
“Não existe distinção no tratamento entre a população local e os deslocados,” disse ela.
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