AGÊNCIA FRANCE-PRESSE
Estudantes senegaleses de engenharia estão a dedicar-se para resolver o problema da COVID-19 com invenções como dispensadores automáticos de desinfectante para as mãos e robots médicos.
Jovens inovadores de uma escola de engenharia de topo da capital, Dakar, estão a direccionar o uso das suas habilidades técnicas para diminuir a pressão sobre as enfermarias e já estão em conversações com hospitais quanto a alguns dos seus novos produtos.
Um exemplo disso é um pequeno robot, ao qual se atribuiu a alcunha de “Dr. Carro,” que mede a pressão arterial e a temperatura dos pacientes, de acordo com os estudantes da Ecole Superieure Polytechnique (Instituo Superior Politécnico) de Dakar.
A universidade é uma das melhores da África Ocidental na área de engenharia e tecnologia e é altamente selectiva, com 28 nacionalidades representadas entre os seus 4.000 estudantes.
Lamine Mouhamed Kebe, um dos estudantes que participou na concepção do robot, disse que a máquina pode reduzir a exposição dos médicos e enfermeiros aos pacientes infectados, assim como o uso do dispendioso equipamento de protecção.
Guiado por uma câmara montada e controlado por um aplicativo, os médicos também serão capazes de comunicar com os pacientes através do robot, disse Kebe, permitindo potencialmente que tratem de pessoas que estão em zonas rurais isoladas.
Os médicos senegaleses da linha da frente estão a levar os jovens engenheiros a sério. Um protótipo inicial concebido pelos estudantes foi, na essência, um carrinho móvel destinado a transportar equipamento ou refeições para os pacientes.
Mas Abdoulaye Bousso, director de enfermaria de um hospital de Dakar, pediu que o redesenhassem para incluir braços mecânicos capazes de realizar testes médicos — uma actualização na qual os alunos estão a trabalhar agora.
“É um processo inteiro,” disse Bousso, acrescentando que o robot poderia reduzir os custos de babetes e batas, que devem ser descartados.
Outros alunos criaram dispositivos mais simples que também esperam que irão lutar contra a doença no Senegal.
Gianna Andjembe, um estudante de mestrado em Engenharia Electrónica, concebeu um dispensador automático de gel desinfectante para as mãos, que afirmou que poderia reduzir a necessidade de pessoal nas escolas e hospitais para supervisionarem a lavagem das mãos.
“Como cientistas, como engenheiros, temos de ir ao encontro dos desafios e realmente tomarmos as rédeas do nosso próprio destino,” acrescentou Andjembe.
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