Equipa do Comando Africano dos Estados Unidos
Se 2020 ensinou alguma coisa à África — e ao mundo —, é de que é crucial estar preparado para tudo.
Isso significa olhar para o horizonte ameaçador e estar preparado para aquilo que vier. Também significa pensar em possibilidades ainda não vistas e preparar-se para elas. O ano mostrou que as ameaças vêm em todos os formatos e tamanhos, vistos e não vistos. Se estas ameaças têm algo em comum, é de que elas precisam de uma resposta coordenada para garantir o bem-estar e a segurança.
As ameaças deste ano também ensinaram uma outra coisa: as nações africanas aprenderam das suas experiências a construir instituições, capacidade e conhecimento eficazes para ir ao encontro de um conjunto de desafios de segurança. Em nenhum outro lugar isto é mais evidente do que na resposta do continente para a doença do coronavírus, conhecida como COVID-19.
Com as lições da crise do Ébola da África Ocidental de 2014-2016 ainda frescas nas suas mentes, agora os líderes africanos da saúde, da política e da segurança estão a levantar-se para enfrentar o desafio da COVID-19.
As infra-estruturas deixadas após o surto do Ébola e da luta contra doenças como tuberculose e HIV/SIDA forneceram um quadro para respostas e testagem na República Democrática do Congo, Libéria, Nigéria e África do Sul. A União Africana e as comunidades económicas regionais também se anteciparam para soar o alarme sobre o potencial mortífero da COVID-19.
Em meio a esta pandemia mundial, a África não esteve isenta de outras ameaças. A caça furtiva, que alimenta um comércio global lucrativo, continua a ocorrer. Mas nações como o Quénia, a África do Sul, a Tanzânia e o Zimbabwe encontraram sucesso no uso de cães treinados para deter, rastrear e apreender caçadores furtivos que perseguem e abatem os tesouros da fauna bravia do continente.
Nas águas territoriais da África, embarcações internacionais de pesca provenientes da China, Rússia e outros lugares roubaram quantidades incalculáveis de peixe de que dependem os pescadores artesanais. Uma ferramenta, o Acordo sobre Medidas dos Estados do Porto, está a ganhar apoio entre as nações costeiras africanas e limita ou recusa o acesso ao porto para aquelas embarcações que pescam à margem das regras. Autoridades portuárias e outras autoridades marítimas na Libéria e Serra Leoa participaram separadamente numa formação em matérias relacionadas com as disposições do acordo, em Fevereiro de 2020.
Talvez o mais importante é que profissionais de segurança africanos continuam a reunir e trocar ideias e experiências em fóruns como a Cimeira das Forças Terrestres Africanas, que decorreu este ano em Adis Abeba, Etiópia, e em instituições de educação militar profissional. Estas arenas irão ajudar a forjar a abordagem de África para os desafios do futuro.
Não se pode impedir as dificuldades, mas pode-se enfrentá-las. As nações africanas estão a demonstrar a sua vontade e capacidade de confrontar os desafios — juntas.
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