O governo do Estados Unidos fez a doação de um hospital de campanha móvel de 427 metros quadrados, avaliado em 1,6 milhões de dólares, ao Conselho Regional de Agadez, do Níger, no início de Abril.
O hospital de campanha móvel reforça a capacidade do Hospital Regional de Agadez em 30 camas. As autoridades fizeram a proposta do projecto em 2021, depois de os líderes regionais terem identificado vulnerabilidades relacionadas com o coronavírus no hospital e terem entrado em contacto com parceiros do Exército dos EUA e da Embaixada dos EUA no Níger.
“Este hospital de campanha móvel é uma grande oportunidade para a região,” Dr. Iro Baoua, director do Conselho Regional de Saúde de Agadez, disse na cerimónia de entrega. “Estou muito feliz com a parceria de trabalho entre a Base Aérea 201 [do Níger] e o governo local e regional.”
Antes da entrega do hospital de campanha móvel, os pacientes de COVID-19 eram tratados de forma muito próxima com outros pacientes, o que aumentava o risco de propagação da doença.
“Agora que existem instalações diferentes e isoladas, a propagação do vírus da COVID-19 irá reduzir drasticamente e impedir que os pacientes vulneráveis estejam expostos,” afirmou a especialista do Exército dos EUA, Mary Leszczusk, do 404º Batalhão de Assuntos Civis. “Esta não era apenas uma questão de construção de um hospital de campanha móvel, mas uma oportunidade para fazer parceria com os cidadãos da cidade e capacitar a equipa de manutenção do hospital para poder corrigir qualquer problema que possa ocorrer.”
Muitas comunidades rurais do Níger têm acesso limitado a cuidados de saúde, e o hospital pode facilmente ser destacado para onde for necessário. Os trabalhadores podem utilizar o hospital para outras necessidades de cuidados de saúde quando a pandemia terminar.
Aquela instalação estava equipada com salas de pressão negativa que garantem que os pacientes possam receber tratamento médico, incluindo-se cirurgias, sem contaminar o ar que flui para fora. Foi destacada para Ouallam, cerca de 90 quilómetros a norte de Niamey, a capital do país.
Durante a pandemia, o Níger manteve baixas as taxas de infecção pela COVID-19 e de mortes em relação a muitos outros países africanos.
“Esperávamos estar sobrecarregados com casos, mas isso nunca aconteceu,” Dr. Adamou Foumakoye Gado, um anestesista que lidera a maior unidade de cuidados intensivos da COVID-19 do país, no Hospital de Referência Geral de Niamey, disse ao Wall Street Journal, em Julho de 2021. “O vírus teve uma vida muito curta aqui.”
Os especialistas concluíram que o clima quente e árido do Níger constituiu uma das condições menos favoráveis do mundo em que o vírus podia resistir.
“O clima é muito perigoso para a sobrevivência do vírus no corpo,” disse Gado ao jornal. “Existe um lado bom para o nosso infortúnio.”
Pouco depois de o primeiro caso de COVID-19 ter sido registado no Níger, o país lançou de um chatbot, na rede social WhatsApp, que permite que as pessoas facilmente tenham acesso à informação exacta sobre a COVID-19. Os serviços gratuitos são resultado de uma colaboração do Ministério de Saúde do Niger, Facebook, UNICEF e a Agência da Sociedade Nacional de Informação do Níger. É semelhante a um serviço iniciado pela Organização Mundial de Saúde.
O chatbot foi concebido para responder a perguntas do público sobre o coronavírus e fornecer informação confiável 24 horas por dia.