EQUIPA DA ADF
Cerca de três anos depois de ter sido inicialmente declarada uma pandemia, a Organização Mundial de Saúde afirma que a COVID-19 continua a ser uma ameaça global.
Enquanto o número de casos reduz em algumas partes do mundo, as autoridades da OMS afirmam que os países ainda precisam de ser vigilantes na prevenção de surtos.
“Embora a percepção do público é de que a pandemia já terminou em algumas partes do mundo, ela continua a ser um evento de saúde pública que continua a afectar adversa e fortemente a saúde da população mundial,” disse o comité de emergência da OMS, depois de uma reunião em Outubro.
Para ilustrar a ameaça, a OMS observou uma outra subvariante da Ómicron, que pode ter mais resistência a anticorpos.
Chamada XBB, a subvariante possui mais de uma dezena de novas mutações no seu gene spike e propagou-se para 26 países num espaço de uma semana, em Outubro.
“As provas laboratoriais preliminares disponíveis sugerem que o XBB é a variante do SARS-CoV-2 mais evasiva a anticorpos identificada até hoje,” a OMS disse numa actualização epidemiológica semanal, em Outubro.
Aquela agência das Nações Unidas disse, contudo, que nem a XBB nem a outra variante de preocupação, a BQ.1, parecem criar doença mais grave do que as outras variantes.
“A OMS continua a fazer uma monitoria minuciosa das variantes XBB e BQ.1 como parte da Ómicron e solicita que os países continuem a ser vigilantes, para fazerem a monitoria e o sequenciamento assim como realizar análises independentes e comparativas de diferentes subvariantes da Ómicron,” disse.
A subvariante BA.5 da Ómicron e as suas linhagens continuam a ser dominantes a nível mundial, representando mais de 70% de sequências submetidas nas primeiras duas semanas de Novembro.
O número de casos em África baixou drasticamente em Outubro e início de Novembro, comunicou a OMS.
Houve mais de 12 milhões de casos confirmados de COVID-19 e 256.083 mortes no continente, de acordo com as estatísticas do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças, até 12 de Novembro.
Muitos países, contudo, pararam de comunicar o número de casos meses atrás.
Devido a uma generalizada falta de testagens, os investigadores dizem que os casos e as mortes por COVID-19 foram significativamente subnotificados.
Especialistas da área médica alertam que a COVID-19 ainda deve ser levada a sério, principalmente em regiões onde os sistemas de saúde lidam com problemas de falta de pessoal e de equipamento na gestão de casos graves.
O Dr. Abdou Salam Gueye, director regional de emergências da OMS para África, observou que existe uma variedade de preocupações de saúde que tipicamente colocam pressão sobre os sistemas de prestação de cuidados de saúde nacionais.
“Anualmente, África regista pelo menos 100 emergências de saúde, significando que a actual pandemia é um fardo adicional para os nossos sistemas de saúde,” disse num comunicado.
Gueye elogiou a resposta do continente em geral e sugeriu que os países que estão a registar um número de casos de COVID-19 mais baixo devem trabalhar para reforçar as suas infra-estruturas de prestação de cuidados de saúde.
“A meio do terceiro ano da crise de COVID-19, os países de toda a África continuam a apresentar uma frente positiva contra a pandemia,” disse.
“Enquanto a resposta continua a ser uma prioridade, principalmente devido ao facto de haver incertezas em relação à emergência das subvariantes BA.4 e BA.5 da Ómicron, os países estão a fazer inventários e a utilizar este período de baixa de números para reavaliar e melhorar as capacidades dos sistemas de saúde na região africana da OMS.”