A Conferência dos Chefes de Defesa Africanos (CHoD) de 2023, que decorre anualmente, ofereceu uma oportunidade rara para que os líderes militares africanos aprendam dos seus colegas comandantes sobre as linhas da frente de algumas das batalhas mais agressivas do continente.
“Nos exércitos e nas tarefas que todos nós temos, aprender é uma responsabilidade de comando,” Comandante da Força de Defesa do Botswana, Tenente-General Placid Segokgo, disse aos participantes. “Deve seguir verticalmente da base ao topo e do topo à base. Deve seguir horizontalmente para influenciar a nível dos pares.”
Líderes militares de alto nível de 43 países africanos reuniram-se na Conferência CHoD 2023, em Roma, de 27 de Fevereiro a 2 de Março, para estabelecer redes, criar parcerias e ajudar a encontrar soluções africanas para os desafios de segurança africanos.
Os participantes ouviram o Brigadeiro-General Scech Aues Mao’Mahad, adido de defesa da Somália em Roma, partilhar os conhecimentos adquiridos com a violência que assolou o seu país.
“O verdadeiro problema é que não ouvimos as pessoas,” afirmou. “Não prestamos serviços. Não fornecemos comida e água, nem electricidade. As pessoas pre-ferem os terroristas ao governo.”
O tema do evento foi “Como os recursos e as necessidades afectam a nossa realidade e reputação mútuas.” Cinco painéis de discussão e um orador principal abordaram a instabilidade, a protecção dos recursos, a maximização da tecnologia e a preparação e resposta a crises, entre outros desafios.
Dezenas de líderes militares aproveitaram a oportunidade para criar e reforçar relações, desenvolver parcerias e discutir as suas visões comuns para o futuro da coordenação, operações e interoperabilidade multinacionais em África.
A estabilidade foi um elemento-chave que percorreu toda a conferência, com debates sobre as causas profundas, os indicadores e as direcções da instabilidade.
Em apenas alguns minutos, Mao’Mahad contou histórias e partilhou as lições que aprendeu na Somália. Resolver o problema da insegurança é apenas uma forma de erguer um país.
“Temos de voltar para junto das pessoas,” afirmou. “Temos de ir a uma aldeia, tentar dar-lhes água, dar-lhes medicamentos, dar-lhes escolas, para que o governo esteja presente e seja forte. Se houver menos corrupção, mais responsabilização e transparência, penso que essa será a forma de começar a lutar contra o terrorismo.”