Registam-se Períodos de Incubação Mais Curtos à Medida Que a COVID-19 Evolui

EQUIPA DA ADF

 

Os períodos de incubação das estirpes da COVID-19 reduziram gradualmente, de acordo com um estudo publicado em Agosto pela revista Journal of the American Medical Association.

Isso significa que os pacientes mais recentes de COVID-19 podem experimentar sintomas mais sérios de forma mais rápida, mas períodos de incubação mais curtos também significam que há menos tempo para que as pessoas propaguem inconscientemente o vírus.

Os períodos de incubação das variantes da Ómicron que actualmente se propagam em África são de 3,42 dias, demonstrou o estudo. Os períodos de incubação das variantes anteriores Alfa e Beta eram de cerca de 5 dias.

“Actualmente, alguns países exigem que os contactos próximos sejam isolados por 14 dias,” escreveram os investigadores. “Contudo, com a redução do período de incubação das novas variantes, o período de isolamento pode ser ajustado adequadamente para reduzir a pressão sobre os sistemas de saúde.”

Os pacientes infectados pelas subvariantes BA.5 e BA.4, que actualmente circulam no continente, geralmente experimentam sintomas mais ligeiros do que aqueles causados pelas variantes anteriores. Entretanto, os pacientes ainda enfrentam a possibilidade de internamento ou de morte.

Testar para Tratar

Em finais de Setembro, o Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (Africa CDC) anunciou a iniciativa “Testar para Tratar,” que visa aumentar os esforços de testagem de modo a reduzir a transmissão da COVID-19, tratar de doentes com coronavírus e definir medidas para limitar a propagação do vírus.

As medidas de resposta incluem testes rápidos, opções de tratamento e terapia de oxigénio para infecções moderadas a graves em locais de testagem de “paragem única.” As medidas podem ser actualizadas à medida que as novas variantes forem emergindo.

“O objectivo principal é reduzir o surto nas unidades sanitárias, através da delegação e partilha de tarefas, formação em cuidados domiciliários e comunitários a tempo de prevenir internamentos desnecessários,” comunicou o Africa CDC.

Os países africanos envolvidos no programa Testar para Tratar são Botswana, Costa do Marfim, Gana, Lesoto, Malawi, Moçambique, Ruanda e Senegal, comunicou a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) num comunicado de imprensa.

A USAID alocou 50 milhões de dólares para expandir o acesso ao oxigénio médico para apoiar os centros de saúde da Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Eswatini, Gana, Lesoto, Malawi, Moçambique, Nigéria, Tanzânia, Zâmbia e alguns países de fora de África. O oxigénio médico é de extrema importância no tratamento de pacientes com COVID-19 grave.

Apelo para o Aumento de Apoio

Vários países africanos da África subsaariana também participam no recentemente formado Consórcio para o Início Rápido do Tratamento da COVID. O projecto, de 18 meses de duração, foi concebido para testar e tratar as pessoas que se encontram em elevado risco de contrair o vírus. O mesmo inclui um donativo de 100.000 doses do comprimido antiviral Paxlovid.

Um estudo de Novembro de 2021 demonstrou que o Paxlovid é quase 90% de eficaz na prevenção de internamentos e mortes relacionados com a COVID-19 em adultos de alto risco, quando administrado dentro de três dias do aparecimento dos sintomas. O comprimido pode ser amplamente utilizado como um tratamento a realizar em casa para diminuir a carga sobre o sistema de saúde e ainda reduzir as infecções dos profissionais de saúde.

Durante uma recente Assembleia Geral das Nações Unidas, vários líderes africanos apelaram para apoio a fim de fortalecer as instituições de saúde pública do continente, incluindo o Africa CDC, que, em Fevereiro, obteve a autonomia da União Africana para cumprir com a sua missão de mitigar a propagação da pandemia.

“Se não existirem instituições de saúde pública fortes antes de uma emergência, quando a emergência vem não importa quantos recursos existem,” Dr. Ahmed Ogwell Ouma, director interino do Africa CDC, disse na página da internet da agência. “Mesmo assim, enfrentam-se dificuldades”

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