Verificação de Factos Sobre a Desinformação da COVID-19

EQUIPA DA ADF

As redes sociais podem ser uma ferramenta eficaz para a propagação de informação precisa sobre a COVID-19 e ajudar a proteger contra a propagação da pandemia. As suas múltiplas plataformas também podem ser utilizadas para disseminar informação falsa sobre a doença, as suas origens e como tratá-la.

Centenas de mitos fomentados pelas redes sociais sobre a COVID-19 circularam e foram desmistificados desde que a pandemia começou. A seguir encontra-se uma pequena selecção de alegações desmitificadas relacionadas com:

Precisa-se de Ajuda?

Um voluntário do UNICEF no Quénia fala com uma mulher sobre a COVID-19. UNICEF KENYA

Na África Subsaariana, a pandemia empurrou cerca de 5 milhões de trabalhadores e suas famílias para a pobreza extrema, devido à perda do equivalente a 13,5 milhões de empregos a tempo inteiro, comunicou a Organização Internacional do Trabalho, no início de 2022.

Golpistas virtuais aumentaram o problema, divulgando anúncios falsos de emprego. As agências das Nações Unidas são alvos comuns de golpistas que, muitas vezes, pedem que as pessoas que procuram emprego enviem candidaturas, taxas de entrevistas assim como informações relacionadas com as suas contas bancárias.

“O UNICEF no Quénia está ciente da existência de ofertas de emprego fictícias divulgadas nas redes sociais,” a agência escreveu na sua página do Twitter. “O UNICEF apenas anuncia as suas oportunidades de emprego na sua página global da internet: [https://www.unicef.org/careers/]

“Não seja uma vítima deste tipo de burlas!”

Especialistas afirmam que muitas pessoas são confundidas por logotipos que parecem oficiais nos alertas de emprego falsos e enviam dinheiro rapidamente na esperança de encontrar um emprego.

Job Mwangi, um técnico recentemente graduado no Quénia, disse que acreditou que foi “seleccionado” para um cargo de assistente de campo, no Programa Ambiental da ONU (PNUA). Disse que ele e outras 30 pessoas esperaram por um machimbombo que os levaria para as suas entrevistas na ONU, mas o mesmo nunca chegou.

“Por isso, decidimos apanhar um transporte por nossa conta própria,” disse Mwangi à Agência France-Presse (AFP). “Ao chegarmos ao portão, mencionamos que tínhamos sido convidados para entrevistas no PNUA e os guardas riram-se de nós, dizendo que tínhamos sido enganados.”

Real 411

Duas enfermeiras trabalham com um doente da COVID-19 em Tembisa, África do Sul. AFP/GETTY IMAGES

África do Sul ficou tão inundada por desinformação sobre a COVID-19 que o seu governo dedicou uma página da internet para desmitificar notícias falsas sobre a pandemia. Por baixo de uma grande manchete com a inscrição “PAREM COM NOTÍCIAS FALSAS,” uma mensagem afirma que qualquer pessoa que divulgar informação falsa sobre a COVID-19 será “responsabilizada judicialmente.”

O governo encoraja a todos que descobrirem informação falsa sobre a COVID-19 a denunciar no site www.real411.org.

As informações falsas sobre a COVID-19 na África do Sul incluem medidas inexactas sobre o confinamento obrigatório, promessas falsas de ajuda salarial para os desempregados, uso de ivermectina como tratamento da COVID-19 e encerramento de escolas.

A proliferação da desinformação sobre a COVID-19 inspirou o cineasta sul-africano, Kamva Namba, a produzir um anúncio de utilidade pública que encoraja as pessoas a investigarem profundamente os “factos” relacionados com a pandemia, antes de os partilharem.

“A desinformação sobre a COVID-19 nas plataformas das redes sociais propagam-se mais rapidamente do que o próprio vírus,” disse Namba, na página da internet de informação, Africa Renewal, da ONU.

O Director da OMS Não Foi Preso

Tedros Adhanom Ghebreyesus, director-geral da Organização Mundial de Saúde AFP/GETTY IMAGES

Tedros Adhanom Ghebreyesus, director-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), há muito tem sido alvo de teorias de conspiração relacionadas com a pandemia.

No final de Julho, os teoristas de conspiração divulgaram informações falsas, no Facebook e no Twitter, afirmando que Tedros foi preso sob acusação de crimes contra a humanidade e genocídio. O relato refere que Tedros foi preso por agentes da Interpol “quando embarcava num avião com destino a África.”

Tedros, da Etiópia, foi eleito como o primeiro africano a liderar a organização de saúde, em 2017.

No dia 28 de Julho, dias depois da falsa notícia da sua apreensão, Tedros publicou no Twitter sobre uma reunião tida naquele dia com Gerd Muller, director-geral da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial.


“Falámos sobre como melhorar a nossa colaboração na produção local de produtos médicos, especialmente em #África,” escreveu Tedros. “Concordámos que a transferência de tecnologias, a capacitação regulamentar e da mão-de-obra são fundamentais para esse esforço.”

A Interpol também confirmou que Tedros não tinha sido preso.

 

O presente artigo faz parte de uma série contínua. Para conferir mais afirmações desmistificadas sobre a COVID-19, veja outros artigos da série.

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