Países da África Oriental Experimentam Recuperação Económica

EQUIPA DA ADF

Apesar de contínuos desafios da COVID-19, Ruanda Tanzânia e Uganda experimentaram uma recuperação económica em 2021.

A economia do Ruanda registou a viragem mais significativa, expandindo em 10,3% no quarto trimestre do ano transacto depois de ter experimentado um crescimento de -0,6% durante o mesmo período de 2020, de acordo com o The Guardian.

Durante os primeiros nove meses de 2021, as exportações ruandesas como café, chá, cassiterita, volfrâmio e coltan aumentaram em 35%, enquanto o país também registou ganhos significativos em termos de produção industrial e produção agrária, comunicou o Banco Mundial. Apesar da recuperação económica, os níveis de desemprego continuaram a aumentar ao longo do ano. Isso significa que deve ser feito mais para garantir que os ganhos económicos alcancem a todos no país, disse o banco.

“Embora a actual recuperação demonstre que as robustas respostas fiscal e médica do Ruanda à crise tenham tido um impacto notável sobre a economia, o governo terá de continuar os seus esforços para promover uma recuperação mais ampla que aumente os benefícios para as zonas rurais e proteja o bem-estar dos membros mais vulneráveis da sociedade, incluindo as mulheres,” Rolande Pryce, directora nacional do Banco Mundial em Ruanda, disse na página da internet da organização.

A economia do Uganda cresceu em 5,2% no quarto trimestre de 2021, em comparação com -0,4% durante o mesmo período de 2020.

O Ministro do Estado para as Finanças do Uganda, Henry Musasizi, disse que, no ano fiscal de 2022-23, o governo irá centrar-se na transformação de 39% dos agregados familiares de uma economia de subsistência, em que a população produz os seus próprios alimentos e pratica a troca para obter outros itens, para uma economia financeira, em que a população utilizada dinheiro para adquirir bens e pode fazer poupanças.

“Uma das principais prioridades do governo que motivará transformações socioeconómicas é o financiamento do Modelo de Desenvolvimento de Freguesias e a melhoria dos pagamentos para os cientistas, entre outros,” disse Musasizi numa reportagem do canal online de notícias ugandês, Nile Post.

O novo modelo de Freguesias daquele país é uma abordagem ascendente que visa “aprofundar os processos de descentralização, melhorar os rendimentos dos agregados familiares e aumentar a responsabilização a níveis locais,” Medina Guloba, uma investigadora sénior do Economic Policy Research Centre, um grupo de reflexão ugandês, escreveu para o The Conversation.

Graças ao reforço no turismo e no comércio, a economia da Tanzânia aumentou 4,9% no quarto trimestre de 2021, em comparação com o mesmo período de 2020, comunicou o The Guardian.

Apesar do ligeiro aumento na economia, Mara Warwick, director nacional do Banco Mundial em Tanzânia alertou que as novas variantes da COVID-19, a redução dos fluxos de capital, dívidas maiores, inflação e dificuldades de fornecimento ameaçam um maior crescimento.

Uma análise conjunta da sustentabilidade da dívida da Tanzânia, realizada em Setembro de 2021 pelo Fundo Monetário Internacional e pelo Banco Mundial, revelou que a dívida externa daquele país passou de baixa a moderada, noticiou a Reuters.

O ligeiro crescimento económico nos países da África Oriental é bem recebido, mas a invasão russa à Ucrânia representa novos riscos financeiros, uma vez que os preços dos alimentos, combustíveis e fertilizantes sobem, Mama Keita, directora dos escritórios sub-regionais da África Oriental da Comissão Económica das Nações Unidas para África, disse na página da internet da comissão.

Keita apelou para parcerias dos sectores público e privado de modo a aumentar o comércio intra-africano da produção agrícola, indústria e prestação de serviços.

“A recuperação de África da pandemia da COVID foi impedida por um aumento da inflação, condições financeiras a nível global mais difíceis, aumento das taxas de juro,” disse Keita. “A crise da Ucrânia agudizou mais ainda a situação.”

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