Líderes Africanos Apelem à Tomada de Medidas Face ao Aumento de Casos da COVID-19

EQUIPA DA ADF

Os governos de todo o mundo estão a aliviar as precauções de segurança relacionadas com a pandemia numa altura em que eles registam declínio de infecções pela COVID-19. Mas a Organização Mundial de Saúde está a alertar: Não sejam tão rápidos.

A OMS está a apelar aos governos a permanecerem vigilantes contra a pandemia visto que a estirpe BA.2 da variante Ómicron continua a propagar-se.

A maior vaga de surtos foi no continente asiático; contudo, um declínio na testagem a nível mundial implicou que os especialistas em matéria de saúde pública tenham um entendimento limitado sobre exactamente onde o vírus está a afectar as pessoas.

“O que significa que os casos que estamos a ver são apenas a ponta do iceberg,” Director-Geral da OMS, Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse durante uma recente conferência de imprensa.

A OMS espera que os surtos locais da COVID-19 continuem, especialmente em zonas onde as restrições foram levantadas e a imunidade da população é baixa, disse Tedros.

Em toda a África, o número de casos de COVID-19 baixou drasticamente. Até meados de Março, o número de casos baixou em 25% em comparação com o mês anterior e o número de mortes baixou em 39%, de acordo com o Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças.

Apesar disso, os escritórios regionais da OMS em África e o Africa CDC disseram que esperam que uma outra vaga de infecções assole o continente no mês que se avizinha. Isso pode iniciar tão cedo quanto Abril, com base no padrão que o vírus estabeleceu desde que a pandemia começou há mais de dois anos.

“A COVID-19 estará connosco por um período longo,” disse a Dra. Matshidiso Moeti, directora do escritório regional da OMS em África. “A implementação consistente de uma variedade ampla de estratégias é o que irá, em última instância, reduzir a propagação do vírus.”

Nove países ainda estão a experimentar uma quinta vaga de infecções. A estirpe BA.2 da Variante Ómicron, que se propaga rapidamente, apareceu em 15 países africanos.

“Ainda não saímos desta situação, com certeza.” Director do Africa CDC, Dr. John Nkengasong, disse recentemente. “Não fiquemos iludidos pensando que pelo facto de termos visto uma época de baixo nível de transmissões, o que devemos celebrar, que achamos que a pandemia já terminou.”

A testagem e o sequenciamento continuam a ser cruciais para manter a COVID-19 sob o controlo enquanto os países aliviam as restrições e recuperam dos danos económicos que esta causou.

Contudo, a testagem baixou significativamente numa altura em que as infecções reduziram, tendo sofrido uma queda de 26% em meados de Março, de acordo com o Africa CDC. A OMS Africa comunicou que o número de países que realiza, de forma abrangente, a vigilância da COVID-19 baixou de 23, em Março de 2020, para 13, em Março de 2022.

“A qualquer altura o vírus poderá ressurgir,” disse Nkengasong. “Apenas é necessário um ou dois casos para que um ciclo de infecções recomece.”

Nkengasong disse que a Rede Regional Integrada de Vigilância e Laboratórios, na África Ocidental, irá melhorar a capacidade do continente de rastrear as alterações no vírus e alertar os países sobre potenciais novas variantes prejudiciais. Através da rede, o África CDC irá coordenar o trabalho dos laboratórios na Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Nigéria e Senegal.

Nkengasong disse que os governos estão a fazer o que é certo, reduzindo as restrições, mas ele apela que a população assuma a responsabilidade pela sua própria segurança com base na sua própria situação.

Em espaços abertos, como na rua, o risco de transmissão da COVID-19 é baixo e precauções como máscaras, são menos importantes, disse. Em espaços fechados mais cuidado é necessário.

“Faz sentido para saúde pública que caso esteja num espaço fechado, certifique-se de colocar a sua máscara,” acrescentou.

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