Nova Subvariante da Ómicron Levanta Questionamentos Sobre o Futuro da Pandemia

EQUIPA DA ADF

Uma nova tendência na variante Ómicron do coronavírus fez com que alguns investigadores ficassem preocupados quanto aos próximos desenvolvimento da pandemia global.

Conhecida como subvariante BA.2, a nova versão da Ómicron é cerca de 1,5 vezes mais contagiosa do que a variante Ómicron original (BA.1), de acordo com o Instituto Statens da Dinamarca, onde a subvariante está a registar um aumento acentuado e representa metade do total de casos da variante Ómicron.

A África do Sul, que primeiramente registou a variante Ómicron em finais de 2021, agora está a fazer o acompanhamento de um aumento acentuado da subvariante BA.2. A subvariante também foi identificada no Botswana, Quénia, Malawi e Senegal.

Não existe clareza sobre onde a BA.2 surgiu pela primeira vez, mas foi encontrada em material genético submetido aos dados globais da COVID-19 por investigadores das Filipinas.

De acordo com os investigadores, a subvariante BA.2 possui cinco mutações nas suas proteínas spike que fazem com que seja mais fácil invadir as células, fazendo com que o vírus seja mais transmissível. Ao mesmo tempo, ela tem a falta de uma mutação que os investigadores utilizam para distinguir a Ómicron de outras variantes, fazendo com que a subvariante seja mais difícil de identificar com recurso a testes de reacção em cadeia da polimerase baseada em genes.

“Estamos um pouco preocupados com o facto de podermos ter perdido de vista alguma desta BA.2 em algumas amostras que rastreamos anteriormente,” disse o Dr. Nicksy Gumede-Moeletsi, virólogo sénior dos escritórios regionais da Organização Mundial de Saúde para África, durante uma recente conferência de imprensa.

Por causa desta mutação que está em falta, os investigadores estão a chamar BA.2 de versão “camuflada” da variante Ómicron.

Os especialistas afirmam que a criação de variantes é uma parte normal da evolução viral. Quanto mais um vírus se replica, mais são as possibilidades que tem de criar uma variante que pode propagar-se e possivelmente escapar à imunidade.

A variante Delta, por exemplo, criou mais de 200 variantes antes do surgimento da Ómicron. Os investigadores acreditam que a Ómicron se tenha dividido em quatro subvariantes que irão continuar a mudar. A terceira subvariante, a BA.3, surgiu em pouco menos de 400 casos a nível mundial, de acordo com os investigadores.

“Estamos a observar este vírus a evoluir em tempo real,” epidemiologista da OMS, Maria van Kerkhove, disse durante uma recente conferência de imprensa sobre a variante Ómicron.

As infecções pela variante Ómicron são mais ligeiras do que as variantes anteriores, com riscos mais baixos de internamento. Ficar infectado com a versão BA.1 ou a versão BA.2 da variante Ómicron cria imunidade para a outra, de acordo com o professor François Balloux, director do Instituto de Genética, do Colégio Universitário de Londres.

Até agora, a variante BA.2 não demonstrou sinais de estar a contornar o sistema imunológico do corpo.

“Observações muito iniciais da Índia e da Dinamarca sugerem que não existe uma diferença drástica em termos de gravidade quando comparada à BA.1,” Tom Peacock, virólogo do Colégio Imperial de Londres, publicou no Twitter. “Pessoalmente, não tenho a certeza se a BA.2 terá um impacto substancial na actual vaga Ómicron da pandemia.”

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