Marrocos Paralisa Voos e Inicia Testes Rápidos da COVID-19 Enquanto Ómicron Emerge

EQUIPA DA ADF

Marrocos tomou medidas extraordinárias para impedir que os viajantes tragam novas variantes da COVID-19 para o país.

No dia 29 de Novembro, o Marrocos emitiu uma proibição de duas semanas para todos os voos de entrada numa altura em que a variante conhecida como Ómicron começou a propagar-se pelo mundo.

“A decisão foi tomada por causa da rápida propagação da nova variante da COVID-19, Ómicron, nomeadamente na Europa e em África, e de modo a proteger a saúde dos cidadãos marroquinos,” disse o comité que supervisiona a resposta do Marrocos à COVID-19, num comunicado.

Duas semanas antes da proibição de voos, o Marrocos iniciou com testes rápidos da COVID-19 para viajantes que entrassem nos aeroportos e nos portos daquele país para evitar uma quarta vaga de infecções pela COVID-19.

Esta medida melhorou o requisito de que os viajantes para o Marrocos tivessem de produzir um teste negativo da COVID-19 antes de entrarem a bordo de um avião para viajarem para aquele país. A decisão do governo foi tomada depois de uma recomendação feita pelo seu Comité Interministerial de Monitoria da COVID.

Para além disso, o Marrocos tinha anunciado planos para instalar câmaras térmicas, termómetros electrónicos e testes de antigénicos para verificar se as pessoas que são provenientes de países de alto risco estão saudáveis, reportou o Marocco World News. O governo também irá destacar equipas médicas para os portos e aeroportos de todo o país.

“A nova variante, Ómicron, parece ser transmitida facilmente, mas não temos tempo para ter uma ideia clara sobre isso agora, mas penso que estão a fazer aquilo que é necessário,” Agraou Benissa, um médico que trabalha em Rabat, disse ao africanews.com.

Estirpe Ómicron Emerge

A Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou a nova estirpe, Ómicron, como sendo altamente transmissível e sugeriu que ela pode representar maiores riscos do que a variante Delta que impulsionou vagas de infecções pelo mundo.

Evidências iniciais demonstraram um grande risco de reinfecção em comparação com outras variantes da COVID-19, e o Ómicron foi detectado em taxas muito mais rápidas do que estirpes anteriores, afirmou a OMS num comunicado. Até 29 de Novembro, a variante Ómicron tinha sido detectada em 11 países depois de ser primeiramente detectada na África do Sul.

A variante Ómicron, que apresenta um elevado número de mutações, foi responsável por um aumento “exponencial” no número de casos reportados, fazendo com que a mesma fosse uma “grande ameaça,” Ministro de Saúde da África do Sul, Joe Phaahla, disse à Al-Jazeera.

Embora o surgimento da nova estirpe tenha activado um alarme a nível mundial, Danny Altmann, professor de imunologia, no Colégio Imperial de Londres, disse ao africanews.com que as autoridades sanitárias sul-africanas foram “terrivelmente rápidas e vigilantes” ao reportar esta variante.

“Mas sinto que fomos tão lentos para agir quanto à variante Delta, e todo o mundo pagou um alto preço por causa disso,” disse Altmann àquele órgão de comunicação social. “Vamos tentar, estejamos prevenidos e façamos correctamente desta vez. Então, penso que a reacção a nível global provavelmente esteja garantida.”

Por sua vez, o Marrocos instituiu um plano de vigilância nacional que realiza o sequenciamento genómico de amostras da COVID-19 para detectar variantes. O esforço dirigido pelo Ministério de Saúde inclui o sequenciamento de amostras aleatórias, amostras oriundas de regiões de todo o país e amostras de casos que variam de gravidade, indo de ligeiros a graves. O sequenciamento ocorre no Instituto Pasteur de Marrocos e outros laboratórios.

A variante Ómicron não tinha sido registada no Marrocos até finais de Novembro.

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