Ventiladores Ajudam a Conturbada RDC a Lutar Contra a COVID-19

EQUIPA DA ADF

Os Estados Unidos fizeram a entrega de 50 ventiladores, que potencialmente salvam vidas, à República Democrática do Congo (RDC). A doação, cerca de 35 milhões de dólares, faz parte de um compromisso do governo dos EUA de ajudar o país a lutar contra a COVID-19.

A RDC aceitou a entrega da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) enquanto confrontava diversas ameaças, incluindo violência militar, uma taxa de insegurança alimentar de aproximadamente 40% e surtos esporádicos de Ébola. O país do centro de África também se debatia com os surtos do sarampo e da cólera quando o primeiro caso da COVID-19 foi confirmado, naquele país, em Março.

As máquinas auxiliares de respiração melhoraram os níveis de oxigénio nos pacientes da COVID-19 com insuficiência pulmonar. Os ventiladores transportam o oxigénio para dentro e para fora dos pulmões através de um tubo inserido nas vias aéreas do paciente.

“Esperamos que estas máquinas, novas e de qualidade, salvem um número incontável de vidas enquanto trabalhamos juntos para vencer a pandemia da COVID-19,” disse Mike Hammer, Embaixador dos EUA, na RDC. “Ao fornecer estes ventiladores ao governo da RDC, o governo dos EUA reitera o seu compromisso de trabalhar de mãos dadas com o povo congolês, na nossa Parceria Privilegiada para Paz e Prosperidade.”

O apoio dos EUA à RDC inclui assistência técnica para garantir que medicamentos importantes da COVID-19 cheguem ao seu destino, aumento de campanhas de sensibilização sobre a higiene, combate à desinformação, fortalecimento de cuidados clínicos, aumento da capacidade laboratorial e melhorias da vigilância e do rastreamento de contactos.

A experiência anterior ao lidar com os surtos mortais do Ébola ajuda as autoridades e os funcionários do sector de saúde da linha da frente da RDC a lidar com a pandemia. O Ébola já matou aproximadamente 2.300 pessoas na RDC desde 2018, de acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA.

“A nossa experiência com o Ébola ajudou muito,” disse Emmanuelle Bofoe, que trabalha com uma organização de ajuda da igreja católica, chamada Caritas. “As acções para parar a propagação da COVID-19 são semelhantes às usadas para parar o Ébola, mas com grande enfoque para o uso da máscara, o confinamento e o distanciamento social.”

Os esforços de combate ao Ébola “demonstraram que os políticos precisam de convocar os cientistas [durante uma] crise, e a comunidade científica não pode decepcionar,” Jean-Jaques Muyembe, director-geral do Instituto Nacional de Pesquisas Biomédicas da RDC, disse à PBS NewsHour.

A chave para controlar surtos de doenças contagiosas é a detecção antecipada, disse Anne Rimoin, que é responsável por gerir um programa de quase 20 anos na RDC, que capacita médicos e enfermeiros para identificarem e reagirem adequadamente a tais surtos.

“A verdadeira ideia do que realmente está a acontecer no interior [da RDC] é muito, muito difícil de explicar sem acesso generalizado a testes, boa vigilância e uma compreensão daquilo que está realmente a acontecer no terreno,” Rimoin disse à PBS.

Rimoin também é professor na Escola de Campo em Saúde Pública da Universidade de Califórnia, cuja pesquisa se centra em doenças contagiosas emergentes, especialmente aquelas transmissíveis de animais para seres humanos, como é o caso da COVID-19.

“Quando há um incêndio na floresta, é muito, muito difícil conter,” disse.

A COVID-19 matou mais de 300 residentes da RDC até 1 de Novembro, de acordo com o Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças.

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